Detido no Brasil ex-diretor da Petrobras acusado de corrupção

                                                                    

Autoridades brasileiras prenderam hoje o ex-diretor da área internacional de Petrobras, Néstor Cerveró, envolvido no milionário caso de corrupção do gigante petroleiro, informou o Ministério Público Fiscal em um comunicado.

De acordo com a mensagem, Cerveró foi detido no aeroporto internacional Tom Jobim, de Rio de Janeiro, quando tentava entrar no país vindo de Londres.

A Polícia Federal enviou-o imediatamente para Curitiba, capital do estado do Paraná, sul do país, onde se encontram detidos outros implicados na "Operação Lava Jato", o caso de corrupção mais comentado no Brasil nos últimos anos.

Desde o último mês de dezembro, a força pública divulgou a ordem para a busca e captura do servidor público, sobre o qual pesam acusações de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A fonte acrescentou que Cerveró "continua praticando delitos"e no momento de sua detenção, existia o perigo de que tentasse se esconder da justiça com sua entrada ao país.

Um relatório do Ministério de Fazenda sustenta que o suspeito tentou salvar seu patrimônio ao conhecer a ofensiva das autoridades federais contra a corrupção em Petrobras: quis transferir para sua filha 500.000 reais (190 mil dólares) e mudou a titularidade de três apartamentos adquiridos com dinheiro de "origem duvidosa".

A investigação do ministério acrescenta que Cerveró declarou apenas 560 mil reais (213 mil dólares) durante a operação, quando o valor dos imóveis ultrapassa os sete milhões de reais (2,66 milhões de dólares).

O advogado do ex-diretor de Petrobras, Edson Ribeiro, assegurou que seu cliente viajaria a Londres e estava previsto que nesta semana prestasse um depoimento ao Ministério Público Fiscal no Rio de Janeiro, pelo que não compreende a razão desta decisão.

Cerveró foi chefe da área internacional entre 2003 e 2008, e dentro de suas responsabilidades esteve a compra do 50 por cento da refinaria de Pasadena (Califórnia, EE.UU), um vultuoso investimento que segundo o Tribunal de Contas da União gerou perdas de quase 800 milhões de dólares à petroleira estatal.

O ex-diretor de Abastecimento de Petrobras, Paulo Roberto Costa, detido há meses, declarou durante a causa judicial que Cerveró recebeu subornos durante toda a operação.

Outro preso, Toyo Setal Julio Camargo, foi acusado de receber 40 milhões de dólares de propina em dois contratos para a construção de barcos sondas usados em perfurações em águas profundas.

A Operação Lava Jato investiga o roubo de dinheiro na petroleira brasileira durante os últimos dez anos, com cifras que flutuam, de acordo com as diferentes fontes, entre 4 e 9 bilhões de dólares.

Conduzida a partir da cidade de Curitiba, pelo juiz federal Sergio Moro, de 42 anos, considerado uma dos principais especialistas do país em lavagem de dinheiro e combate à corrupção.

Até o momento foram detidos três altos diretores da Petrobras, ainda que autoridades brasileiras enviaram uma petição aos governos de Grã-Bretanha, Panamá, Singapura, Suíça e Hong Kong (China), no último 12 de janeiro, para localizar a outros seis servidores públicos supostamente envolvidos nos fatos. (Com Prensa Latina)

Comentários