Greve geral na fábrica da General Motors

                                              


Com 100% de adesão, nenhum carro foi produzido sexta-feira

Os trabalhadores do segundo turno da General Motors de São José dos Campos também aderiram à greve iniciada na manhã de sexta-feira, dia 20. Eles realizaram assembleia à tarde e, assim como aconteceu com o pessoal do primeiro turno, permanecerão de braços cruzados dentro da fábrica.

A permanência na montadora está acontecendo em forma de rodízio, de acordo com o turno de trabalho. Cem por cento da produção está parada e não há data prevista para o fim da greve. Os trabalhadores decidiram parar em protesto contra a ameaça de demissão coletiva na planta. Os trabalhadores exigem estabilidade no emprego para toda a fábrica.

Em reunião realizada com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à CSP-Conlutas, a GM propôs a abertura de lay-off, por dois meses. Após esse período, todos seriam demitidos. A empresa também propôs, como alternativa, a demissão imediata de até 794 funcionários. A empresa alterou posteriormente este número para 798.  

O presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, entrou em contato com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, e solicitou que o governo federal faça a intermediação nas negociações com a GM. 

No último dia 13, os 798 trabalhadores que estavam em lay-off (com os contratos de trabalho temporariamente  suspensos) desde setembro voltaram à fábrica. Todos têm garantia de emprego até 7 de agosto. Portanto, nenhum deles pode ser incluído nos planos de demissão da GM.

Atualmente, a planta de São José dos Campos tem cerca de 5.200 trabalhadores e produz 300 veículos por dia, dos modelos S10 e Trailblazer. 

Durante a greve, haverá assembleias diariamente. 

“A greve é nossa única forma de impedir uma demissão em massa na GM. Queremos convocar todas as centrais sindicais do país a se unirem aos trabalhadores daqui para lutar contra esse plano absurdo da montadora. Nós já havíamos dado o recado para a empresa, de que se houvesse demissão, haveria greve. Agora, só retornaremos ao trabalho quando nossas reivindicações forem atendidas”, afirma Macapá.

Governo Federal tem de intervir
O Sindicato vai reforçar, junto ao governo federal, a reivindicação de que a presidente Dilma Rousseff (PT) edite uma medida provisória garantindo estabilidade no emprego para todos os trabalhadores de empresas que recebem incentivos fiscais, como é o caso das montadoras. Em 2014, o setor automotivo fechou 12 mil postos de trabalho no país, apesar de todos os benefícios recebidos do governo.

“A presidente Dilma não pode se omitir diante de uma situação tão grave quanto esta. Nós exigimos estabilidade no emprego, já”, disse o secretário-geral do Sindicato e membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

O Sindicato enviou, semana passada, uma carta às centrais sindicais, propondo a construção de um Dia Nacional de Paralisação contra as demissões nas montadoras.(Com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos)

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