Eleições em Portugal

                                 
                                    O FIM DO BAILE DE MÁSCARAS? 



O baile de máscaras terminou.   Nestas eleições presidenciais tudo se fez para mascarar os verdadeiros problemas do país.   Ninguém falou em recuperar a soberania nacional; romper com a União Europeia e outras organizações imperialistas; recuperar a soberania monetária; libertar o país das garras do capital financeiro; relançar o desenvolvimento; por cobro ao processo desindustrialização que devastou Portugal.  

Ninguém falou tão pouco da crise sistémica que devasta o mundo capitalista nem da desagregação em curso da UE.   Tudo se fez para esconder realidades desagradáveis como os sucessivos escândalos financeiros.   Todos actuaram como bem comportados candidatos do sistema   O candidato da direita apresentou-se com uma máscara suave, consensualista e aparentemente civilizada – o que lhe deu a vitória à primeira volta.  

A candidata que adoptou a máscara de esquerda apoiou e foi apoiada por bandalhos como os srs. Tsipras & Iglesias, mas ocultou cuidadosamente a sua adesão ao capital monopolista europeu e ao euro.   O candidato comunista, um homem digno, fez discursos poéticos mas que não chegaram aos problemas de fundo.

O candidato apoiado por três ex-presidentes tentou gerar consensos impossíveis, mascarando problemas por trás de um discurso etéreo e asséptico.   O candidato que apresentou mais ideias, H. Neto, mal conseguiu aflorá-las nos seus tempos de antena. 

Mas nenhum dos candidatos pôs em causa a democraticidade destas eleições manipuladas pela desinformação televisiva e marcadas pela fuga aos problemas reais.   Diante desse quadro compreende-se que 51,23% dos eleitores tenham preferido abster-se e outros tenham preferido votar em candidatos folclóricos. 

São manifestações de protesto, não consciencializadas, contra a democracia burguesa.   Portugal está mal preparado para enfrentar a crise mundial em curso.

(Com resistir.info)

Comentários