A operação Condor volta a baila na América Latina

                                                  

Milhares de pessoas acompanharam, dia 5 de Março, o funeral da coordenadora do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas das Honduras (COPINH), Berta Cáceres, assassinada na quinta-feira, 3 de Março, em sua casa.

 O cortejo fúnebre transformou-se numa manifestação de exigência de justiça e numa condenação da atitude do governo liderado por Juan Orlando Hernández, que tarda em investigar cabalmente o caso.

A execução de Berta Cáceres, de 44 anos, líder política com papel relevante na contestação a projectos hidroeléctricos e de exploração mineira que colocam em causa o equilíbrio ambiental, a biodiversidade, e os direitos das comunidades originárias à terra e aos recursos naturais, bem como no combate ao golpe de Estado que em 2009 derrubou o então presidente eleito das Honduras, Manuel Zelaya, foi condenado por diversas entidades e organismos de defesa dos direitos humanos, incluindo as Nações Unidas.

Uma semana antes do homicídio, Berta Cáceres denunciou a liquidação de quatro activistas indígenas. A Comissão Inter-americana de Direitos Humanos havia pedido às autoridades hondurenhas a protecção de Berta Céceres, múltiplas vezes ameaçada.

Paralelamente, durante o mês de Março, nove camponeses e sete dirigentes políticos e sociais, entre os quais William Castilho, foram assassinado na Colômbia. No mesmo período, três dirigentes da Marcha Patriótica foram presos.

A confirmar que o «Condor» [nome da operação de liquidação de oposicionistas executada no século passado pelas ditaduras fascistas latino-americanas com o apoio dos EUA] volta a voar sobre a América Latina, também na Colômbia foi assassinado o jovem comunista Klaus Zapata.

(Com o Avante)

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