Morre a presidente das Mães da Praça de Maio, Marta Vásquez


                                                

Marta Vásquez, presidente das Mães da Praça de Maio-Linha Fundadora, uma das duas divisões da organização que nasceu em 1977 para reivindicar o paradeiro de seus filhos desaparecidos durante a última ditadura militar argentina (1976-1983), morreu aos 90 anos em uma clínica de Buenos Aires.

Segundo informaram neste domingo fontes do seu entorno, os restos mortais de Vásquez, que em 1976 iniciou a luta para buscar sua filha, María Marta, de 23 anos, sequestrada pelo último regime militar, receberam o último adeus na manhã de hoje em um velório instalado no parlamento da cidade de Buenos Aires.

Sua morte aconteceu neste sábado em decorrência de complicações respiratórias, segundo detalhou a agência estatal de notícias “Télam”.

“Fica entre nós sua vida luminosa, a de tantos anos presidindo a Mães das Praça de Maio-Linha Fundadora, a FEDEFAM (federação de familiares de desaparecidos de toda a América), brigando nas Nações Unidas até conseguir a Convenção contra o Desaparecimento Forçado, em dezembro de 2006”, afirmou a organização humanitária em comunicado.

A associação, que a qualificou como “parte da vida” de muitas pessoas, prometeu à sua falecida líder que seguirá “com firmeza e alegria”, junto a companheiros e organizações de toda América, trabalhando pela “verdade e justiça constitucional”.

Nascida em Bahía Blanca em 1927, a ativista se casou em 1946 com José María Vásquez, diplomata de carreira, com quem teve seis filhos, dos quais María Marta foi a única filha mulher.

María Marta e seu marido foram sequestrados em uma operação repressiva junto com outros sete jovens.

A luta de Vásquez para encontrá-la logo a levou a unir-se na Praça de Maio de Buenos Aires, em frente à Casa Rosada – sede do governo – com outras mães cujos filhos, opositores à ditadura, foram detidos pelo regime de Jorge Rafael Videla.

Esse foi o nascimento da organização Mães da Praça de Maio, que nos anos 80, após a volta da democracia, se dividiu em duas organizações, cujas estimativas situam em 30.000 o número de detidos ou desaparecidos naquele período.

Diversas personalidades e organizações de direitos humanos expressaram seu pesar pela morte da ativista.

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2017/11/19/morre-na-argentina-marta-vasquez-presidente-das-maes-da-praca-de-maio.htm

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