Dicionário do Cinema Brasileiro







Ademir Silva

O cineasta, pesquisador, escritor e historiador Jurandyr Noronha, nascido em Juiz de Fora, mas pouco conhecido em Minas, vai ser homenageado, com muita justiça, no dia 29, na Academia Brasileira de Letras, com o lançamento do livro Dicionário Jurandyr Noronha do cinema brasileiro – De 1896 a 1936. O fato merece destaque especial, pois Noronha, hoje com 94 anos, dedicou sete décadas de sua vida ao setor cinematográfico e se tornou uma espécie de guardião da memória da sétima arte brasileira. Entre outras, impediu que se perdessem originais de reportagens e de filmes da maior importância. Sem a descoberta e a recuperação desses verdadeiros tesouros, a documentação de fatos capitais da vida nacional estaria perdida para sempre.
Detalhes
Não se está exagerando nos elogios ao cineasta Jurandyr Noronha. Basta citar três trabalhos envolvendo a descoberta e a preservação de originais realizados por ele. Coube ao pesquisador descobrir o filme, feito em Paris, do voo de Santos Dumont no 14-Bis, no Parque Bagatelle. Esse documento cinematográfico comprovou a realização do primeiro voo de aeronave mais pesada que o ar. A segunda proeza de Noronha foi achar filme sobre o famoso cangaceiro Lampião, realizado no sertão nordestino pelo mascate Sebastião Abrahão. A fita se encontrava perdida, decompondo-se nos arquivos do antigo Departamento de Imprensa e Propaganda – o DIP da ditadura Vargas.
A terceira façanha de Jurandyr foi encontrar os negativos de o tesouro perdido, segundo filme do mineiro Humberto Mauro, pioneiro do cinema no país. Na extensa relação de seus trabalhos, Noronha realizou fitas épicas com personagens famosas como o médico Oswaldo Cruz e o marechal Rondon. (Imagens reproduzidas de No Tempo da Manivela, livro de Jurandyr Noronha-Divulgação)

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