Causos da minha terra

   

   Symphronio Veiga

O banho do padre e a chave do Paraíso

Convento da Universidade Católica da Grande Itapecerica Mineira, sábado,
dia do banho do padre Paulo.

A madre superiora que sempre dava o banho nele, estava com a coluna travada e mandou a jovem irmã Taísa.

A jovem irmã Taísa já havia preparado a água e as toalhas, exatamente do jeito que o padre gostava.

Irmã Taísa foi também instruída para não olhar para o corpo nu do padre, e fazer apenas o que ele lhe pedisse.

E rezasse...

Na manhã seguinte, a madre superiora perguntou à irmã Taísa se o banho de sábado havia transcorrido bem.

- Ah, madre - disse irmã Taísa - eu fui salva!

- Salva? Como assim? - perguntou a madre superiora.

- Bom, quando o padre Paulo estava todo ensaboado, pediu para enxaguá-lo.

Enquanto eu estava tirando o sabão, ele guiou minha mão para o meio das suas pernas, onde ele disse que os céus guardam as chaves do paraíso.

Então, ele disse que se aquela chave coubesse em minha fechadura, os portões do paraíso se abririam para mim e eu teria a salvação e a paz eterna.

Nisso, o padre Paulo colocou a chave do paraíso na minha fechadura.

Primeiro foi uma dor horrível, mas o padre disse que o caminho da salvação é mesmo doloroso, e que a glória do senhor iria encher o meu coração de êxtase. Assim, eu fui salva!

- Safado!!! - berrou, furiosa, a madre superiora. Há mais de trinta anos ele me diz que aquilo é apito de chamar anjo...



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