Resolução da ONU condena violência contra jornalistas

                                                                                         
                                                                               Reprodução da ONU
Claudia Sanches

Preocupado com a frequência de atos de violência em várias partes do mundo contra profissionais da mídia em conflitos armados, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou na quarta-feira, 27, resolução em que pede maior proteção para os jornalistas em zonas de conflito.

O vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson, observou o aumento “preocupante” do número de jornalistas mortos desde 2006 e a tendência dos grupos terroristas e criminosos de usá-los como alvos ou ameaçá-los. Segundo Eliasson, 90% dos casos de crimes contra a categoria ficam impunes.

— Os assassinatos recentes têm recebido ampla atenção em todo o mundo, incluindo a morte brutal de representantes da mídia ocidental na Síria. No entanto, não devemos esquecer que 95% dos assassinatos em conflitos armados envolvem profissionais locais, que recebem menos cobertura da mídia.

O representante da ONU lembrou que, além do risco para os jornalistas, os conflitos armados e seu impacto nas atividades desses profissionais limitam o fluxo livre de informação, comprometendo desta forma o Estado de Direito e a democracia.

Eliasson cobrou dos Estados um maior compromisso na condenação de assassinos dos jornalistas em situações de conflito, organização de debates sobre sua proteção,  incentivo a missões do Conselho de Segurança para averiguar as condições de trabalho dos profissionais de mídia e garantias de que a liberdade de expressão.

— O trabalho dos meios de comunicação social livres, independentes e imparciais constitui uma das bases essenciais de uma sociedade democrática e, portanto, pode contribuir para a proteção dos civis, assinalou o documento.

Novo texto

A resolução, adotada por unanimidade, convoca os Estados a tomar medidas adequadas para assegurar a responsabilização dos atentados cometidos contra profissionais da mídia e equipe associada em situações de conflito armado.

O novo texto pretende reforçar a proteção dos jornalistas e esclarecer que, em muitos casos, a segurança das populações civis em áreas de risco depende do trabalho desenvolvido por esses profissionais.

O Conselho de Segurança condenou todos os ataques contra a comunicação social, denunciando “a impunidade que impera em relação às violações e aos abusos cometidos contra jornalistas” em situações de guerra.

Outro destaque no documento está a necessidade de mais cooperação internacional neste domínio e o compromisso de recolher, no âmbito dos mandatos das missões de paz da ONU, informações sobre a violência contra a imprensa.

O secretário-geral da organização internacional Repórteres sem Fronteiras, Christophe Deloire, e a jornalista francesa Mariane Pearl, viúva do repórter norte-americano do “Wall Street Journal”  Daniel Pearl, que foi sequestrado e assassinado por terroristas no Paquistão em 2002, também participaram do debate. Deloire afirmou que a impunidade contribui para  aqueles que querem silenciar os jornalistas e afogá-los em seu próprio sangue”. (Com a Organização das Nações Unidas)


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