Governo norte-americano elimina série de restrições a comércio e turismo em Cuba

                                                                                 
                                                                                                        Efe
EUA anunciaram nesta sexta-feira que imigrantes cubanos não terão mais um limite nas transferências de dinheiro para Cuba

Medidas fazem parte do processo de reaproximação diplomática entre os dois países, que reabriram as embaixadas em julho
      
O governo do presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou nesta sexta-feira (18/09) medidas que aliviam ou põem fim a restrições a Cuba em áreas como comércio e turismo. 

Negócios de empresas norte-americanas, remessas de dinheiro e viagens à ilha ficarão mais simples a partir de agora. As novas regras valerão a partir da próxima segunda (21/09).

Entre as medidas, está o fim do limite de transferências de dinheiro feitas por imigrantes cubanos que vivem nos Estados Unidos. Pela norma atual, eles podem enviar no máximo US$ 2.000 por trimestre a Cuba. As quantias levadas em viagens ao país também deixarão de ser limitadas, tanto para imigrantes, quanto para cidadãos norte-americanos. As únicas exceções são as remessas a funcionários do governo cubano e a membros do Partido Comunista, cujos limites não mudam.

Exportadores de produtos autorizados, agências de notícias, empresas educacionais e do ramo de telecomunicações poderão iniciar atividades em Cuba, inclusive abrir contas bancárias na ilha, que conta com um crescente número de empreendedores. A permissão de abertura de conta também vale para cidadãos dos Estados Unidos.

Na área de turismo, as viagens por navio serão permitidas a norte-americanos, sem a necessidade de uma licença específica. No entanto, uma rota marítima direta não deverá ser aberta antes de 2016, declarou à Associated Press um funcionário dos EUA envolvido nas negociações.

Segundo declarações de uma fonte do governo dos EUA à Associated Press, até o fim deste ano, serão restabelecidos o serviço postal e os voos comerciais regulares entre os países.

O secretário de Tesouro norte-americano, Jacob Lew, declarou em nota que “uma relação mais forte e mais aberta entre os EUA e Cuba tem o potencial de criar oportunidades econômicas para norte-americanos e cubanos”.

Penny Pritzker, secretária do Comércio, declarou que as regras poderão “estimular reformas econômicas necessárias” em Cuba.

Retomada de laços diplomáticos

As medidas anunciadas hoje são mais um passo de reaproximação entre os países. Em abril deste ano, Obama e Raúl Castro, presidente cubano, realizaram o primeiro encontro entre chefes de Estado dos dois países em 56 anos. Em julho, foram reabertas as embaixadas em Havana e Washington.

Desde o início do processo, Obama declarou que tinha o objetivo de aliviar a rigidez econômica nas relações com Cuba e ajudar na implantação de um mercado privado livre do controle estatal na ilha.
As medidas da administração Obama não tocam no centro do embargo econômico imposto a Cuba pelos EUA em 1962. 

Por se tratar de uma lei, mudanças no embargo devem ser feitas pelo Congresso norte-americano, atualmente composto por uma maioria republicana que se opõe à reaproximação entre os dois países.

Na última quinta-feira (17/09), Cuba nomeou seu primeiro embaixador em Washington desde 1961, ano do rompimento. José Cabañas, que já comandava a missão diplomática cubana nos EUA, desempenhará a função de embaixador. 

Em cerimônia realizada na Casa Branca ontem, Cabañas e outros 15 novos embaixadores estiveram com o presidente Obama.  

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