Rússia produz superlaptop resistente a neve e batidas

                                                                                              Grigóri Sisoiev/TASS


O Ministério da Indústria e do Comércio da Rússia liberou subsídio de 150 milhões de rublos (2,5 milhões de dólares) para a criação da "T-Platformi", um projeto de supernotebook nacional.

A ideia é que o equipamento funcione mesmo se cair na água, em temperatura ambiente de 50 graus Celsius negativos a 50 graus Celsius positivos e após batidas fortes.

O projeto tem duas vertentes: um será um notebook feito com base no processador x86 da Intel, e outro, com base no Baikal-M, da companhia russa Baikal Electronics, filial da "T-Platformi".

Segundo os representantes da companhia, o primeiro é preciso para prover a infraestrutura necessária e, só então, se passar ao equipamento totalmente nacional.

A ideia veio da necessidade de prover pessoas que trabalham em locais de "condições difíceis" com aparelho funcional.

"Os 'computadores protegidos' poderão ser usados em companhias petrolíferas e de gás, de sondagem, em expedições geológicas, em oficinas de produção, na Sibéria ou na taiga, já que terá segurança e estabilidade a temperaturas extremamente baixas ou altas, umidade, campos magnéticos altos. 

O notebook deve funcionar normalmente caso caia na água ou, por exemplo, em pedras, estando sob vibração ou solavancos fortes", explica o vice-diretor comercial da T-Platformi, Aleksandr Golub.

"Já temos uma carteira de clientes muito grande que se acostumou com determinados programas, e migrar deles seria difícil. 

Para aqueles que já têm infraestrutura criada e foram comprados equipamentos e software, nos próximos três ou quatro anos, para o período de transferência, será preciso configuração com processador Intel, mas o próprio equipamento será completamente nacional", completa.

A base do notebook será construída com sistema operacional Linux - se houver, porém, demanda, algumas unidades terão Windows 10.

 Subsídio

O subsídio pedido pela empresa até 2019 é de 450 milhões de rublos (7,4 milhões de dólares). Em 2016, ela recebeu 150 milhões de rublos do Orçamento Federal.

Durante a realização do projeto, já foram registradas quatro patentes e criados 18 empregos para profissionais de alta tecnologia.

A porta-voz do conselho da Associação de Fabricantes de Equipamentos Eletrônicos, Svetlana Apollónova, diz que a criação de notebooks nacionais é importante não só para o mercado industrial, como para a economia em geral e a segurança da informação.

"A questão, claro, está no preço: os computadores russos serão competitivos em relação aos análogos estrangeiros? Mas se quisermos desenvolver nossa economia, precisamos de tecnologia própria: não de 'regionalizar' os importados, mas produzir nosso próprio equipamento. 

Além disso, com software e equipamento importado não é possível prover a segurança da informação - pode acontecer uma catástrofe tecnológica. Nesse ponto, é de suma importância a defesa contra o terrorismo", diz Apollónova.

De acordo com os fabricantes, a criação do computador deve levar pelo menos um ano. Agora, a companhia espera os processadores da companhia Baikal Electronics. O projeto com processadores Intel, porém, já está em andamento.

A assessoria da Baikal Electronics anunciou que seus primeiros modelos de processadores estarão prontos no segundo semestre de 2017. A empresa também recebeu subsídios do Ministério em 2016, totalizando 400 milhões de rublos (6,5 milhões de dólares), para a produção do processador Baikal-M.

(Com o jornal Izvêstia)

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