Memorial dos Direitos Humanos será criado dia 4

                                                                   


José Carlos Alexandre

A concretização do Memorial da Anista na sede do ex-DOPS tornou-se para  mim quase uma 

obsessão.

Durante todo meu mandato no Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, volta e meia 

colocava a questão em plenário, apesar de alguns entraves...

Parecia que havia um certo temor de se levar adiante a lei do tempo do ex-governador Itamar 

Franco-lei número 13448, de 10 de janeiro de 2000- e que tinha o CONED como um de seus 

criadores.

Louve-se a atitude do governador Fernando Pimentel-um dos ex-presos políticos da ditadura cívico-

militar- em tornar realidade uma aspiração de todos os que zelam para que a democracia brasileira só

possa ser afirmada  e que nunca mais haja retrocesso.

Só duas vezes fui ao DOPS. A primeira, como dirigente do antigo PSB, à época da renúncia do ex-

presidente Jânio Quadros.

Para que os delegados liberassem um aparelho de som apreendido na  sede do partido, na  

Afonso Pena, próximo à esquina com Caetés.

A segunda e última no dia em que libertaram o ex-presidente do Sindicato dos Mineiros de Nova 

Lima, ex-deputado José Gomes Pimenta.

Fiz  matéria que saiu no mesmo dia, no Diário da Tarde onde trabalhei mais de 40 anos.

Fiquei impressionado com o local, um porão que me pareceu estreito e meio 

sinistro estavam Dazinho  e outros presos políticos que nunca deveriam parar lá.


Em toda a minha vida profissional e política a defesa dos direitos humanos sempre esteve em

primeiro lugar e a construção do Memorial na antiga sede do  DOPS.

Com o ex-vereador Betinho Duarte cheguei a participar de ato em frente à antiga repartição 

de tortura pedindo o cumprimento da lei transformando-a no Memorial. 


Saudações ao governador e ao seu secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda. 

Eles entram para a história.

(O Memorial será criado dia 4, às 15h, no Palácio da Liberdade.)







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