Nasa lança satélite "caçador de planetas"

                                              
O Satélite de Rastreamento de Exoplanetas em Trânsito (Tess) irá vasculhar nos próximos dois anos mais de 200 mil estrelas

Sucessor do telescópio Kepler, Tess rastreará planetas fora do Sistema Solar e buscará condições favoráveis à vida. Missão deve durar dois anos, e os primeiros resultados devem ser divulgados até o início de 2019.

A Nasa lança  segunda-feira (16/04) um novo satélite com a missão de explorar o espaço para além do nosso Sistema Solar, em busca dos chamados exoplanetas, incluindo os que poderiam abrigar formas de vida. 

A missão do Satélite de Rastreamento de Exoplanetas em Trânsito (Tess, na sigla em Inglês) é vasculhar nos próximos dois anos mais de 200 mil estrelas em busca dos exoplanetas, astros que orbitam uma estrela, como em nosso Sistema Solar.

O Tess  deverá passar dois meses na órbita terrestre, onde serão testados os instrumentos. Após esse período, serão iniciados os dois anos da missão. Os primeiros dados compilados deverão ser recebidos até janeiro de 2019.

Os cientistas vão analisar a vibração (oscilações no brilho) das estrelas a partir da decomposição da sua luz. Estas oscilações permitem conhecer detalhes sobre essas estrelas, como a sua massa, diâmetro e idade.

O Tess rastreará a diminuição da quantidade de luz quando um corpo solar passa diante de uma estrela para detectar potenciais planetas. O satélite buscará planetas que possam estar na chamada zona habitável das estrelas, ou seja, nem demasiadamente perto ou longe da estrela-mãe, e que poderão ter água líquida na superfície, elemento essencial para a vida. A validação dos novos exoplanetas será feita em terra através de outros telescópios. 

A Nasa acredita que o Tess poderá descobrir 20 mil exoplanetas, incluindo mais de 50 de tamanho semelhante ao da Terra e até 500 outros com menos da metade das dimensões terrestres. 

"Poderemos encontrar planetas que orbitam até ao redor de estrelas que podemos ver a olho nu", afirmou a cientista Elisa Quintana, do Centro Goddard de Voos Espaciais da Nasa. "Nos próximos anos, poderemos até apontar para uma estrela sabendo que ela possui um planeta. Esse é o futuro."

"Nós humanos desde sempre imaginamos se estamos sozinhos no universo, e até 25 anos atrás os únicos planetas que conhecíamos eram os oito de nosso Sistema Solar", observou o diretor da divisão de astrofísica da Nasa, Paul Hertz. "Desde então, encontramos milhares de planetas orbitando outras estrelas e pensamos que todas as de nossa galáxia devem ter sua própria família de planetas."

O antecessor do Tess, o telescópio espacial Kepler, lançado em 2009, vasculhou mais de 2,6 mil exoplanetas numa determinada zona do espaço, a maioria na órbita de estrelas pouco brilhantes entre 300 e 3 mil anos-luz da Terra.

O Tess, do tamanho de uma máquina de lavar roupas, possui quatro câmeras de alta tecnologia que vasculharão uma área 350 vezes maior do que a do Kepler. O Tess se concentrará em planetas que orbitam estrelas próximas da Terra, a menos de 300 anos-luz, e 30 a 100 vezes mais brilhantes do que as estrelas examinadas pelo Kepler. No primeiro ano, será observado o hemisfério sul e no segundo, o hemisfério norte.

(Com a Deutsche Welle)

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