Trabalho escravo em Minas Gerais
Antônio Carlos Francisco dos Santos
Na semana passada estive em Nanuque, minha terra natal, a convite do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústria da Alimentação, para proferir palestra à categoria, especialmente aos trabalhadores de um frigorífico local. Vivemos hoje uma realidade diferente dos tempos da chibata e da escravidão, mas parece que, para alguns, esse tempo ainda persiste, com trabalhadores sendo submetidos à excessiva jornada de trabalho, limitações de uso de banheiros, assédio moral etc, praticados por encarregados mal preparados para a função. Atualmente, quando o mundo inteiro, impulsionado pela Organização Internacional do Trabalho, discute o “trabalho decente”, faz-se necessário que a direção do frigorífico reveja suas atitudes, ainda mais que grande parte de seus produtos são importados e os organismos internacionais estão punindo empresas que usam tais práticas na produção de seus produtos. Pudemos constatar que os trabalhadores já não suportam tanta pressão, com vários afastados, em gozo de benefícios do INSS.
(*) Antonio Carlos Francisco dos Santos é presidente do Sindicato dos Alfaiates e Costureiras de BH
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