O que conteceu no Equador


Igor Ojeda

Para o economista equatoriano Alberto Acosta, o levante das forças policiais ocorrido no Equador em 30 de setembro – que culminou com a retenção do presidente Rafael Correa em um hospital e a posterior tentativa de assassiná-lo – parece ter sido premeditada. Em entrevista ao Brasil de Fato por correio eletrônico, ele destaca que várias ações simultâneas, como protestos em quartéis e tomadas de aeroportos, reforçam tal suspeita.
De acordo com Acosta, ex-ministro de Energia e Minas do governo Correa e ex-presidente da Assembleia Constituinte, a insatisfação de policiais e alguns setores militares com a lei de serviços públicos foi “aproveitada e exacerbada por uma direita golpista que se opõe ao governo”. Segundo ele, há fortes indícios, inclusive, do envolvimento do ex-coronel e ex-presidente Lucio Gutiérrez, destituído da presidência em 2005, após levante popular.
Para Acosta, no entanto, o mal estar com a gestão Correa é generalizado entre as forças populares, devido, principalmente, à “prepotência” do mandatário. “Se o governo continuar com essa postura pouco democrática, fechando o diálogo com organizações sociais, criminalizando os setores populares e não escutando as diversas opiniões da sociedade, temo que esse tipo de acontecimento possa se repetir”, alerta.
(trecho de texto postado em 09/10/2010 ás 05:35 no site do Jornal de Fato e publicado no Pátria Latina).

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