SAUDOSO ELIAS KALIL ESTARIA VERMELHO DE VERGONHA

BRASILIA – Estou de férias. Saio delas por uns momentos. Exigência de minha indignação ao ler que o glorioso Clube Atlético Mineiro de tanta tradição liberal, que constatei ao longo da administração do saudoso Elias Kalil. Devíamos ter atritos constantes, visto que eu presidia a Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE). E por princípio seguia à risca os estatutos da entidade. Respeitar e se fazer respeitar.

Minha indignação chega ao limite ainda que não tenha mais nenhuma ligação administrativa com a nossa entidade. Mas, ainda, sou um dos beneméritos dela. Como seu ex-presidente e isso me orgulha bastante. Abrir o laptop e ser atropelado pela informação de que o  Atlético promoveu ação extrajudicial contra a AMCE porque ela credenciou cronistas esportivos de São Paulo para o clássico do final do campeonato enche-me de constrangimento. Imediatamente peço licença ao mesmo merecido descanso e vou à luta contra tal absurdo.

O que pretende o presidente atual do Atlético? Mostrar que a imprensa esportiva daqui dança conforme o estalo de seu chicote?

Seu atento Jurídico por acaso não lhe informou que a Imprensa esportiva é credenciada em lei específica estadual pela AMCE? Que em jogos do Brasileiro existe um estatuto prevendo que a ABRACE credencia os profissionais de outros estados? Se houve excesso de gente na tribuna reservada à Imprensa esportiva naquele balaio de gatos que é a tal Arena do Horto o problema é da classe? A não ser claro que, ao contrário dos tempos de Elias, grande apoiador da AMCE, sem nada exigir de volta ( até porque eu jamais aceitaria o esquema de toma-lá-dá-cá) precise tanto de dinheiro que cobre R$ 8 mil da pobre entidade. Ou que seja ideia da famigerada empresa BWA.

A notificação extrajudicial não aceita contraditório, apenas preserva direito. Vale dizer que o Atlético ou a tal BWA pretendam promover depois uma ação de ressarcimento contra a AMCE.

De repente, nas ˜licitações” do professor Anast-azia, secundado pelos nossos senadores menino Aécinho, ausente  ZZ, e biônico Clésio, mais o prefeito Lacerda, pra presentearem a BWA e a tal Arena Minas com as administrações dos estádios foram feitas reuniões secretas que eliminaram o artigo da lei do deputado Alencar da Silveira. A lei foi aprovada na Assembleia Legislativa e outorga à AMCE o direito de credenciar os cronistas esportivos. E que cronista esportivo portador da respectiva credencial da AMCE ou da ABRACE – Associação Brasileira de Cronistas Esportivos, como soldado na porta do quartel, está sempre em trabalho.  

Comigo, caso ainda presidente, teria rasgado a notificação e a devolvido aos seus autores. Ha tempos tenho dito aqui o seguinte: o que os cartolas insistem em chamar de organização é a fórmula que encontraram de burlar diversas leis, como essa, e já,já, burlarão o código da boa convivência. Aliás, estão pertos disso. Por não gostarem de qualquer pergunta mais séria, em vez do que fazem agora quando respondem com grosseria, mandarão os seguranças inúmeros baterem no repórter atrevido.

Onde estiver, o saudoso Elias Kalil estará vermelho de vergonha. O Atlético de seus sonhos seria uma instituição democrática, liberal e transparente. Só brigava com peixes grandes que lhes mordiscassem os calcanhares. Peixe pequeno, sem fins lucrativos, seria sempre parceiro e amigo. Merecia respeito.


Flávio Anselmo
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