Repórteres sem Fronteiras pede sanções aos responsáveis por abusos contra imprensa

                                                                            
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu nesta quarta-feira, 24 de julho, que as autoridades brasileiras punam os “abusos policiais” registrados contra a imprensa durante a visita do papa Francisco ao Rio de Janeiro. A RSF afirmou que a agressão mais grave durante os protestos do dia 22 de julho no Rio contra os gastos públicos gerados pela visita do papa foi a sofrida pelo fotógrafo da agência “France Press” (AFP) Yasuyoshi Chiba, que ficou “seriamente ferido no rosto e no corpo por golpes de cassetete de um policial militar”.

A organização se dirigiu expressamente ao governador do Estado, Sérgio Cabral, e ao prefeito da cidade, Eduardo Paes, para que abram uma investigação sobre essa e outras detenções e agressões aos jornalistas da Mídia Ninja e do jornal O Globo. “A ‘primavera brasileira’ de junho já revelou a incrível brutalidade de algumas forças da polícia em São Paulo e Rio de Janeiro, em particular”, afirmou a RSF.

A organização defensora da liberdade de imprensa, com sede em Paris, pediu uma investigação e sanções contra os responsáveis, assim como uma reforma profunda das instituições incapazes de distinguir a manutenção da ordem e a repressão.

“A maioria destas agressões, por vezes acompanhada de prisões, são atribuíveis às forças policiais”, mas “alguns manifestantes participaram da hostilidade contra jornalistas”, indicou a organização.

A crítica da mídia “não autoriza o ataque contra os jornalistas” e a “ambição de um debate” sobre os meios de comunicação não deve permitir “excessos perigosos para o exercício das liberdades civis”, escreveu a RSF, notando que “o direito de informar, assim como o direito de se manifestar, é garantido” pela Constituição brasileira.

O Brasil é palco de grandes manifestações que, em alguns casos, resultou em atos de violência e confrontos. Os protestos começaram com a exigência da revogação do aumento do preço das passagens dos transportes públicos, mas rapidamente se somaram outras reivindicações e reclamações.(Com a ABI)

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