TRINCHEIRA DO FLÁVIO ANSELMO





DÉCIMO SEGUNDO JOGADOR COMEMOROU ANTES, POIS JÁ SABIA: GALO TINHA E TEVE SORTE E SINA DE CAMPEÃO DAS AMÉRICAS.

ESTAVA ESCRITO NAS ESTRELAS, como a Trincheira anunciou dois meses antes.


Quais foram os heróis desta inédita conquista da Taça Libertadores da América?
                                                     
Na cobertura após o empate de 0 a 0 e dos penais que deram a vitória ao Galo por 4 a 3 e lhe presentearam com o título já esperado restava aos analistas escolherem os heróis da façanha. O falastrão Luiz Carlos Júnior elegeu Victor - boa escolha! O narcisista Juliano Belleti, com aquele sorrisinho maroto, votou em Cuca - escolha melhor, ainda.

O comentarista Lédio Carmona, bom de serviço, optou pelo coletivo.

Do estúdio do Sportv, onde apresentava o programa pós-transmissão, o ótimo Carlos Lino lembrou-se de Ronaldinho Gaúcho e de sua importância pro time, como craque, como líder e como experiente vencedor.

Lino chamou atenção pra outro fato importante: essa conquista terá repercussão internacional por causa de RG-10. O mundo todo ficará sabendo que ele foi o artífice da obra acabada. O protagonista principal. Bola dentro!


CLUBE DOS HERÓIS

Lógico que Victor é o nome do dia. Os pênaltis que defendeu e manteve o Galo na competição, as defesas executadas durante as partidas, a segurança do começo de um grande time por um grande goleiro. Era o que a torcida cobrava sempre da diretoria: a contratação de um arqueiro desta estatura. Kalil o buscou no Grêmio e resolveu a questão de vez.

As torres gêmeas, em quem pese a falta de confiança em Leonardo Silva, que faz gols importantes e entrega outros tão ou mais importantes. Como aquele pênalti feito a favor do Tijuana e que Victor defendeu e limpou a barra dele.

Ou aquele lance desta última partida, quando foi batido pelo fraco atacante Ferreira, que driblou, também, Victor e ficou com a meta atleticana à sua disposição. Isso aos 39m do segundo tempo. Léo foi salvo pelos deuses do futebol que empurraram Ferreira e o fizeram pisar na bola e cair.

Mas as torres gêmeas Léo e Rever foram armas secretas de Cuca. Decidiram vários jogos em bolas aéreas. A segurança do meio-campo de Pierre e Donizete, sem eles com Josué, grande nome na partida decisiva. E principalmente, o quarteto mágico de Tardelli, RG-10, Bernard e Jô. Tá bom, vamos valorizar Luan, Rosinei e Guilherme, reservas decisivos.

Muito ainda se irá falar da conquista e do herói referência, Ronaldinho Gaúcho. Aquela Massa incrível - quase 60 mil pessoas -  que lotou o Mineirão, pressionou o Olímpia e botou mais de R$ 14 milhões nas bilheterias, será motivo de estudos, análises psicológicas e discussões de comportamento até o fim dos séculos.

COMANDANTE CHORA

Me emocionei realmente ao ouvir o desabafo do presidente Alexandre Kalil, sem nenhuma mágoa ou cobrança, ao contrário de vários atletas, inclusive Ronaldinho Gaúcho. A primeira lembrança do mandatário foi pro saudoso pai Elias, o maior presidente da história do clube.

Alexandre viveu junto do pai, a frustração de armar uma equipe, também, espetacular sem conquistar nenhum título de expressão nem perto deste que acabara de ganhar campeão da Taça Libertadores da América. E com a taça na mão, Alexandre afirmou que " Ela é mais gostosa do que mulher!”.

Eu tive o privilégio de ser amigo de Elias Kalil e transferi ao filho Alexandre a mesma admiração, respeito e amizade. Como na época do pai, fiz a Kalil, filho, inúmeros elogios e maior volume de críticas fortes, com o intuito de ajudar e de abrir-lhe os olhos; alertá-lo sobre os falsos tapinhas nas costas e o perigo das brigas desnecessárias. Nessas ocasiões eu apenas o chamava de Urso Bravo e ele respondia, às vezes através de Flavinho, que entendera a mensagem do Cão Zangado. E agradecia.


FIÉIS ESCUDEROS

 Apesar de não entrar em campo, pode-se dizer que ele, Alexandre Kalil, e seus fiéis escudeiros como  os vices Groppen e Daniel Nepomuceno, o sombra Maluf, a dama de ferro Adriana Branco foram as pilastras desta inédita conquista.

Tenho certeza de que os deuses da sorte que tanto se intrometeram na caminhada do Galo rumo ao título o fizeram em louvor a garra e a determinação desses cartolas do Bem. Convocados, claro, pelas imortais mãos protetoras do saudoso Elias Kalil. 



MEU SUPER HERÓI



Victor saiu nos braços do povo. A convicção do título estava sempre nos seus olhos provocantes, de tigre ameaçador, fixos no cobrador de pênaltis. Louvo todos os outros heróis citados, inclusive Cuca com o qual tive desentendimentos táticos à distância, sem nunca nos falarmos, mas que revelou uma cabeça pensante nos momentos mais difíceis. Aprendeu apanhando. Louvo todos como heróis, todavia meu super-herói é Victor. 

As imagens falam por mim e são meus argumentos. 



SEGURANÇA NO GOL



Contratado pelo Atlético junto no primeiro semestre de 2012, Victor chegou ao Galo com a missão de acabar com a instabilidade que pairava entre os goleiros do elenco. Nesta quarta-feira, ele mostrou, mais uma vez, que o presidente Alexandre Kalil acertou ao tirá-lo no Grêmio. Herói em três momentos decisivos da campanha do título da Libertadores.
Victor botou seu nome na história do Atlético, ao defender o primeiro  pênalti cobrado pelo Olímpia.  Com esta  vantagem, o Galo ficou  próximo do título, confirmado no triunfo por 4 a 3 na disputa de penalidades.

No tempo normal, o time de Victor já havia devolvido o placar de 2 a 0 sofrido em Assunção e provocado a decisão pelos critérios técnicos e ele mostrara tranquilidade com defesas importantes. E a sorte de sempre, como no lance de Ferreira.

 Já havia  sido decisivo nas quartas de final da Copa Libertadores, quando defendeu aquele pênalti contra o Tijuana aos 48m do segundo tempo. Na semifinal, São Victor defendeu a última cobrança do Newell’s Old Boys em disputa de pênaltis, no Horto.



ARTILHEIRO E O CARRO



Com o gol feito na partida decisiva, Jô tornou-se o artilheiro da competição com sete gols. houve uma informação anterior de que o treinador campeão receberia um carro zero do patrocinador, famosa marca japonesa. Na confusão, vi  Rever ganhando um troféu, Cuca outro e Tardelli com aquela chave gigante de carro. Afinal, com quem ficou o prêmio.  Penso que por se tratar de promessa anterior, ficou bem com o Cuca. Mas que Victor merecia, isso merecia.

..."concentro a atenção no galo de ferro dum catavento enferrujado que

ali está de crista erguida, vaidoso, como se daquela altura pudesse     comandar os ventos de todos os quadrantes da terra." (Érico Veríssimo - Solo de Clarineta - memórias)

   
       Flávio Anselmo
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