Seis mitos sobre o comunismo que se cumprem no capitalismo

                                                              

Russia Today - [Tradução de Eduardo Vasco para o Diário Liberdade

A visão estereotipada de um 'comunismo opressivo' e um 'capitalismo livre' arraigada na consciência comum não reflete a realidade, já que muitos ou quase todos os 'pecados' atribuídos ao comunismo são inseparáveis do sistema capitalista.

Assim opina em seu artigo no portal Salon.com o blogueiro Jesse Myerson, que elaborou uma lista das afirmações errôneas mais comuns sobre dois sistemas cujo antagonismo marcou o século XX e gerou muitos mitos históricos.

1. As economias comunistas se baseiam na violência do Estado

Comumente se considera que a regulação estatal da economia na URSS ou na China é um instrumento repressivo e abusivo que só é utilizado por um Estado que tenta penetrar em todas as áreas da sociedade para dominá-la. Não obstante, o poder estatal é uma condição indispensável para a proteção da propriedade, pedra angular do capitalismo. A única diferença entre estes dois sistemas antagônicos consiste em que os comunistas insistem que a propriedade, ou seja, os meios de produção (como fábricas) ou as ações e bônus, deve ser distribuída universalmente entre toda a sociedade.

2. As economias capitalistas se baseiam no livre intercâmbio

A pastoral imagem de um mercado abundante, onde cada pessoa livremente possa satisfazer suas necessidades também é um mito bastante comum. A realidade é que a natureza do mercado e sua origem estão marcadas pelas expropriações, como a privação aos camponeses de seu acesso às terras, e a falta de liberdades. A situação não mudou muito até os dias de hoje, quando a grande maioria da população se vê privada do acesso aos recursos necessários apesar da sua aparente abundância. Também cabe recordar que para o seu desenvolvimento o capitalismo estadunidense exigiu exterminar a povos indígenas e escravizar aos africanos.

3. Os governos capitalistas não atentam contra os direitos humanos

Seria pouco acreditável que um sistema que aplaude o rápido enriquecimento em meio a uma competição implacável não produzisse graves atos de violência e privações, mas curiosamente seus defensores insistem que estes 'excessos' são uma manifestação da justiça e da liberdade. Para os que não estejam convencidos da tese anterior, poderemos recordar que um dos direitos fundamentais, o direito à vida, se viola diariamente quando milhares de pessoas morrem de desnutrição devido ao livre mercado ser incapaz de resolver este problema global.

4. Os regimes comunistas são responsáveis por milhões de mortes

Os que se animam enumerando os crimes (tanto supostos como reais) cometidos por regimes comunistas, preferem não recordar que a triste balança de vítimas nunca estará a favor do capitalismo. Os defensores do capitalismo, neste caso, terão de buscar alguma desculpa convincente tanto para o comércio de escravos e o extermínio indígena como para os massacres realizados pelos EUA e seus aliados nas suas tentativas de derrocar governos pró-comunistas. À essa conta se deve acrescentar o número de mortes causadas pelas transições de países do bloco socialista para o capitalismo. Os anticomunistas mais virulentos têm uma maneira muito astuta para desmentir esses casos de extermínio: simplesmente negam que eles ocorreram.

5. O comunismo promove a uniformidade

Enquanto que no inconsciente coletivo prevalece a imagem de uma sociedade homogênea e altamente ideologizada, que não dá oportunidade para a criatividade, este mito já se realizou na maioria das sociedades capitalistas, onde cresce a tendência ao consumismo descontrolado incitado por necessidades fictícias. Por sua vez, a ideologia marxista postulava que um dos objetivos do comunismo consiste na liberação do tempo para o desenvolvimento pessoal. Dessa maneira, o comunismo se baseia em tudo o que é contrário à uniformidade.

6. O capitalismo promove a individualidade

Em uma sociedade de massas, onde milhões e milhões de pessoas estão produzindo e consumindo as mesmas coisas em grande escala, o auge da individualidade parece quase um milagre ou pelo menos uma exceção da regra comum. Às vezes basta dar uma olhada nos bairros residenciais das grandes cidades com suas casas ou supermercados uniformizados, para concluir que é um produto de uma sociedade completamente oposta ao individual.(Com o Diário Liberdade)

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