General proíbe acesso da imprensa e diz “não ter nada a declarar” à Comissão da Verdade

                                                               
                                                       Reprodução/Facebook CNV

                          Nilton Cerqueira proibiu acesso da imprensa ao seu depoimento


Redação Portal IMPRENSA | 29/07/2014 16:45
  
O general reformado Nilton de Albuquerque Cerqueira, de 84 anos, não permitiu que a imprensa acompanhasse seu depoimento na Comissão Nacional da Verdade (CNV) na manhã desta terça-feira (29/7). Na audiência, ele informou apenas que não tinha “nada a declarar”. Neste dia, um ex-sargento também seria ouvido, mas preferiu ficar em silencio na sessão. 

Segundo O Estado de S. Paulo, a expectativa era de que Cerqueira falasse sobre o episódio do Riocentro, uma vez que era comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro na época. Durante a audiência, os integrantes da Comissão fizeram dez questões que tratavam de sua participação política durante o regime e fatos que estavam em relatórios assinados pelo próprio oficial.

O ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, integrante da comissão, ainda argumentou ser "preciso rever atos históricos para reescrever a história" e que Cerqueira tinha possibilidade de apresentar sua versão. Mesmo assim, ele se manteve calado.

De acordo com a advogada criminalista Rosa Maria Cardoso da Cunha, que também integra a comissão, o general reformado só falou em duas ocasiões. Na primeira, ele pediu para que a imprensa se retirasse do local, pois segundo ele, a mídia "distorce os fatos". O militar só se manifestou novamente para dizer que achava absurda a investigação de fatos "30 anos depois".

O general disse ainda que foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) em razão do primeiro depoimento prestado à CNV. Em resposta, Rosa explicou que a ação do MPF é anterior ao depoimento.

Além de ser questionado sobre o atentado do Riocentro, o general é apontado como comandante da Operação Pajussara, quando ainda era major. A ação resultou na morte de Carlos Lamarca, um dos líderes da oposição ao regime, no sertão da Bahia, em 1971. 

Quem também compareceu para prestar depoimento nesta terça-feira foi o ex-sargento paraquedista Jacy Ochsendorf e Souza. Ele é acusado de participar em mortes no DOI-Codi do Rio e na chamada "Casa da Morte", em Petrópolis, na região serrana do Estado. Com a oportunidade de esclarecer tais questões, o ex-sargento ficou somente 15 minutos na comissão.

A imprensa novamente foi impedida de registrar imagens. Na saída do acusado, um policial federal que faz a segurança do local não permitiu que jornalistas tirassem fotos do ex-sargento. (Com o Portal Imprensa)

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