PM abre inquérito para investigar atos de violência contra jornalistas em protesto no RJ


                           Policial chuta o cinegrafista canadense Jason O'Hara

No início da noite da última segunda-feira (14/7), o comando da Polícia Militar do Rio de Janeiro (RJ) informou  que determinou a abertura de um inquérito para investigar os atos de violência de policiais contra jornalistas e manifestantes durante  protesto ocorrido no domingo (13/7).

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, pelo menos 14 profissionais de imprensa foram atacados por PMs na região da praça Saens Peña, na Tijuca, zona norte, quando registravam a repressão a ativistas. 

Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) ressaltou que "agressões contra comunicadores configuram atos diretos de censura e não podem ser tolerados". A entidade contabilizou 38 casos de prisões e agressões envolvendo 36 profissionais de comunicação durante a cobertura de protestos na Copa. A maioria das violações (89%) partiu da polícia. No total, 52% foram intencionais. Além disso, o ato do último domingo concentrou o maior número de ocorrências.

Uma série de imagens e vídeos divulgados nas redes sociais mostram ataques deliberados a jornalistas. Uma das gravações, mostra a agressão ao cinegrafista canadense Jason O'Hara. Nos registros, ele aparece caído no chão em uma das esquinas da praça Saens Peña, na Tijuca, quando um PM se aproxima e chuta seu rosto, protegido por uma máscara.  Além da agressão, o profissional também teve a câmera roubada.

O fotógrafo Mauro Pimentel, do portal Terra, também relatou ter sido alvo de agressões enquanto fazia uma reportagem sobre o protesto. Os policiais começaram a gritar para que ele saísse do local, mas ele se recusou a parar seu trabalho. "Um cara [PM] me deu um chute na perna esquerda. Outro policial me segurou e me empurrou para trás. Só vi o cassetete no meu rosto. O filtro quebrou e a máscara trincou, mas segurou bem a pancada. Se estivesse sem aquela máscara fechada e o capacete estaria, no mínimo, com o nariz quebrado”, contou.

O Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro também manifestou repúdio à violência da polícia. "Houve cerceamento ao trabalho dos jornalistas e comunicadores em meio à repressão aos atos de protesto", diz um trecho da nota.

Assista ao vídeo do cinegrafista atacado por PMs:
                                           
                                             

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