Movimentos pedem que papa interceda pela libertação dos cubanos presos nos EUA

                                                 

Mesmo após condenação ter sido anulada em 2005, três cubanos continuam encarcerados; Carta foi entregue ao papa durante encontro com movimentos sociais em outubro

Líderes de organizações sociais que participaram do I Encontro Mundial de Movimentos Populares, no Vaticano (Itália), realizado entre os dias 27 e 29 de outubro, entregaram ao papa Francisco uma carta onde solicitam que o Papa interceda no caso dos Cinco Cubanos.

A iniciativa foi do Comitê Brasileiro de Solidariedade aos Cinco Patriotas Cubanos e assinada pelo Comitê Internacional, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil (MST) e pelo Centro Memorial Martin Luther King Jr., de Cuba.

“Quero entregar uma carta com um pedido de muitas entidades de movimentos de direitos humanos de todo o mundo, por uma questão de injustiça contra cinco cubanos”, expressou Stédile ao entregar o documento ao papa.

 “Muitos na comunidade internacional, cientes desse caso injusto, especialmente na América Latina e Caribe, agradeceremos enormemente a sua mediação para que o presidente Obama encontre uma saída humanitária para este caso. Os cristãos e cristãs em Cuba também. Uma atuação positiva do presidente Obama seria um gesto de generosidade e um forte sinal no caminho para a melhoria das relações entre o seu governo e o governo cubano, agora que a contribuição de Cuba à luta contra o ebola tem recebido o reconhecimento público das autoridades estadunidenses”, afirma  um dos trechos da carta.  

Quem são os Cinco Cubanos

Os cubanos René González, Antonio Guerrero, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e Fernando González, foram detidos em setembro de 1998, após a entrega de um relatório elaborado pelo governo cubano endereçado ao FBI e o governo Bill Clinton. Eram 230 páginas, 5 fitas de vídeo e 8 de áudio relatando minuciosamente informações transmitidas pelas cadeias de televisão sobre ações terroristas contra Cuba e chamadas telefônicas de terroristas centro-americanos. Surpreendentemente, os agentes cubanos foram alvo das ações do governo estadunidense, acusados de cometerem 26 crimes, entre eles o de espionagem e conspiração, e permaceram presos sem direito à fiança até o julgamento.

Os cubanos foram condenados pelas autoridades do país em um júri no mínimo controverso - entre os 11 jurados, 8 eram cubanos anti-castristas e 1 era venezuelano e se assumia como opositor do governo Chávez. Todo o trâmite do processo ocorre em Miami, a mesma cidade que sedia os grupos terroristas investigados pelos cubanos.

A condenação foi anulada, em agosto de 2005, por uma decisão do Tribunal de Atlanta, que considerou justos os argumentos de que o julgamento não foi imparcial e conteve diversas irregularidades. O governo estadunidense recorreu.

No último dia 12 de setembro Gerardo Hernández, Ramón Labañino y Antonio Guerrero completaram 16 anos de encarceramento nas prisões dos EUA. Já René González y Fernando González Llort, após varios trâmites judiciais, se encontram em Cuba depois de cumprir várias sentenças. (Com o Brasil de Fato)

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