13 de agosto de 1926: nascia Fidel Castro Ruz

                                                                                                   Ahmed Velázquez
                          
                                   Fidel e Chávez na Aula Magna da Universidade de Havana

Yenia Silva Correa 

O ideário de Fidel de respeito ao direito, à lei e a salvaguarda da legalidade, sempre consultando com as massas populares, remonta a seus anos de estudante.

Entrou na faculdade de Direito da Universidade de Havana (UH) em 1945 e ali aprofundou sua formação política até consolidá-la em consciência revolucionária para Cuba e os povos da América.

Em sua época de estudante o jovem, nascido em 13 de agosto de 1926, em Biran (hoje província de Holguín, foi designado presidente do Comitê Pró-Democracia e do Comitê Pró-Libertação de Porto Rico, em meio a uma situação que tinha de pano de fundo, no interior do país, a frustração deixada aos cubanos pelo fracasso da Revolução da década de 1930, bem como o descontentamento popular com o governo de Ramón Grau San Martín e no âmbito internacional, o fim da Segunda Guerra Mundial e o começo da Guerra Fria.

Já desde aqueles anos de juventude, o líder revolucionário previa que as forcas políticas tradicionais por si só e unicamente com boa vontade não seriam capazes de eliminar as mazelas que minavam os alicerces da nação.  

Qual é a base deste pensamento? A resposta está no discurso que Fidel proferiu, em 4 de setembro de 1995, na Aula Magna da Universidade de Havana:

«Minha convicção de que o Partido Comunista estava isolado e que nas condições existentes no país e em meio a Guerra Fria e a quantidade de preconceitos anticomunistas que havia neste país, não era possível fazer uma revolução a partir das posições do Partido Socialista Popular, embora o partido Socialista quisesse fazê-la. 

O imperialismo e a oposição tinham isolado este partido o suficientemente como para impedir, de forma absoluta, a realização de uma revolução, daí eu começo a pensar nas formas, os caminhos e nas possibilidades de uma revolução e como fazê-la».                

Nos prédios da Universidade, Fidel consolidou suas ideias de revolucionário e homem de leis, as mesmas que serviram para defender as causas justas no cartório localizado em Tejadillo 57, em Habana Vieja, onde exerceu como advogado entre 1950 e 1952; para proferir sua histórica alegação de autodefesa conhecida como ‘A História me absolverá’, depois do ataque ao quartel Moncada, em 26 de julho de 1953, em Santiago de Cuba; para formular importantes medidas de benefício popular nos primeiros anos da Revolução, para levantar sua voz em palcos internacionais a favor do direito dos povos ao desenvolvimento e à paz e para fundar projetos de integração latino-americana para o benefício dos países da região.    

Assim se referiu o líder histórico da Revolução Cubana em relação a seus anos de estudante para comemorar meio século de sua entrada na Faculdade de Direito:

«Foi um privilegio entrar nesta universidade também, sem dúvida, porque aqui aprendi muito e porque aqui aprendi, talvez, as melhores coisas de minha vida; porque aqui descobri as melhores ideias de nossa época e nossos tempos, porque aqui me tornei revolucionário, porque aqui me tornei martiano e porque aqui me tornei socialista».

Foi na Universidade de Havana, onde Fidel esteve junto a esse outro grande de Nossa América, Hugo Chávez, na conferência magistral que o líder bolivariano ofereceu, em 14 de dezembro de 1994, durante sua primeira visita a Cuba.

Ali, em 17 de novembro de 2005, na Aula Magna, advertiu acerca do alto preço que teriam nossos erros para a sobrevivência da Revolução.

Muitas vezes se insistiu, depois da advertência de Fidel, em que perder a Revolução seria não só a perda irremediável da soberania para Cuba, mas o desaparecimento de um modelo de sociedade baseada nos princípios da equidade e justiça para benefício próprio e os países do mundo.

Fidel teve na Universidade de Havana uma fonte inesgotável de conhecimentos imprescindíveis para sua formação como advogado e uma tribuna desde a qual sempre se dirigiu de corpo e alma aos jovens.  

Seu legado fica não só na cátedra consagrada ao estudo de seu pensamento e obra na alta casa de estudos e nas imagens que testemunham sua passagem pela insigne instituição, mais também nos estudantes que, a partir do dia 25 de novembro de 2016, apropriaram-se da frase: Eu sou Fidel!

(Com o Granma)

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