O euro corre perigo







Os problemas orçamentais de vários países da Zona euro, sobretudo da Grécia e do Portugal, representam um perigo real para a economia europeia e a economia global. Esta é a conclusão feita pelo prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Nova Iorque, Nuriel Rubiny (foto). Segundo o economista, que previu, em tempos, a crise financeira mundial, eclodida em 2008, o euro vai sofrer, em breve, um colapso.
O perigo decorre, segundo Rubiny, da situação financeira de dois dos 16 países da Zona euro, a Espanha e a Grécia. As economias destes dois países sofrem com a diminuição da competitividade dos seus bens e serviços, elevados défices orçamentais e dívidas públicas.




Como a Espanha é a quarta economia da Zona euro, a fraqueza da sua banca em conjunto com o desemprego crescente representa um grande perigo. Mas não devemos esquecer que foi na Espanha que o governo ajudou os bancos a atravessar os dias piores – afirma o vice-reitor da Academia de Administração Pública, Igor Kostikov.
A Espanha tem hoje a mais forte banca da Europa que não sofreu nenhum dos grandes choques apesar da crise. Neste contexto, devemos assinalar o papel do governo espanhol no apoio ao sistema bancário da Espanha. O governo espanhol garantiu a 100 por cento todos os depósitos da população nos bancos espanhóis, pelo que não houve nenhum pânico no país – disse Igor Kostikov.
Todavia, o economista Rubiny considera que o pânico está por vir. A Espanha e a Grécia enfrentarão, em breve, o desequilíbrio orçamental e não terão condições para desvalorizar a moeda que circula no seu território nacional e sair da recessão, apoiando-se nas exportações.




Como efeito, não poderão desvalorizar o euro. Nestas circunstâncias, os países supracitados poderão querer abandonar a União Monetária que continua a ser muito heterogénea, forte no centro e fraca na periferia. Igor Kostikov reconhece que problemas existem também nos países líderes da União Europeia, mas não acredita que a União se desagregue.
O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, também não acredita na desagregação da União Europeia, embora países como Espanha, Grécia, Irlanda e Portugal dêem agora muitos problemas à Europa. Os peritos do Banco Central Europeu estão convictos de que os Estados membros da União Monetária Europeia conseguirão preservar o euro como moeda nacional única. (Com a Voz da Rússia)

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