Antiga Casa de Detenção vira "Coletivo Gregório Bezerra"

                                                  

O PCB reuniu diversos camaradas, amigos e amigas na antiga Casa de Detenção do Recife, hoje Casa da Cultura, espaço onde Gregório ficou por diversas vezes e anos, encarcerado, pelo menos 15 dos seus 23 anos de cadeia, para fundar o “Coletivo Gregório Bezerra” com o objetivo de construir o debate e a formulação de nossa política relativa à questão agrária.

O evento contou com a participação de parte da direção estadual do PCB, de militantes comunistas, do candidato a governador de Pernambuco pelo PCB, Miguel Anacleto, dos candidatos à presidência e vice da República, pelo PCB, Mauro Iasi e Sofia Manzano, respectivamente.

Durante o evento foi lançado uma pequena reedição do livro “Eu, Gregório Bezerra, Acuso”, onde o heroico líder camponês e revolucionário comunista relata as torturas, seus torturadores, seu depoimento prestado na Auditoria Militar e fala resumidamente de sua trajetória. Esse livro foi publicado clandestinamente em 1967, a partir de escritos e depoimentos coletados por militantes do PCB, quando Gregório se encontrava preso na Casa de Detenção do Recife.

Segundo o secretário político do PCB de Pernambuco, Roberto Arrais, “Gregório é a face mais pura e representativa do significado do que é ser ‘militante revolucionário comunista’. Ele é uma das expressões mais fortes do Partido Comunista Brasileiro. Ele é a cara do Partido”.

O professor Mauro Iasi destacou a importância de fundação deste coletivo para fortalecer a discussão, aprofundamento e construção da política agrária do PCB, destacando o seguinte: “O PCB sempre teve em sua história a preocupação com a luta pela reforma agrária e dos camponeses, quando em 1929 formou o ‘Bloco Operário-Camponês’, em 1935 estabeleceu como um dos principais pontos do programa da ‘Aliança Nacional Libertadora’ a questão da ‘Paz, Terra e Liberdade’, nos anos 40, 50e 60, ajudou a construir a luta pela reforma agrária, das ligas camponesas e da organização dos sindicatos dos trabalhadores rurais, especialmente no Nordeste do Brasil”.

Ainda falaram Sofia Manzano, candidata a vice-presidente na chapa com Mauro Iasi e o candidato a governador Miguel Anacleto, que destacaram a importância da fundação do Coletivo, como forma de ampliar nossos espaços na luta pela reforma agrária e na construção da revolução socialista no Brasil.

Gregório inspira nossa luta, enobrece nossa causa e fortalece a construção desse instrumento de estudo, discussão, formação e luta junto aos camponeses sem terra, aos pequenos agricultores, aos trabalhadores urbanos, operários e ao combate do agronegócio e do capitalismo que alarga cada vez mais seus tentáculos nas cidades e nos campos, produzindo riqueza para poucos privilegiados e miséria para a grande maioria da população, especialmente a classe operária e o campesinato.

No encerramento do ato, Gregório Bezerra foi lembrado nos gritos que ecoaram entre as alas compostas pelas celas de ontem, que pelos corredores correram sob os auspícios dos ventos a beira do rio Capibaribe, “Gregório Bezerra!” Ao que responderam os militantes, “Presente! Ontem, hoje e sempre!.”

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