Milícia armada invade acampamento do MST no Maranhão

                                       
Os homens fizeram trabalhadores de reféns e os ameaçaram de morte caso a área não seja desocupada


Reynaldo Costa, Da Página do MST)

Cerca de 20 homens fortemente armados invadiram na manhã de segunda-feira (24),  o acampamento Egídio Brunetto, em Amarante do Maranhão. 

Os homens fizeram trabalhadores de reféns e os ameaçaram de morte caso a área não seja desocupada.

As informações dão conta que durante todo o dia de domingo (23), sobre o comando de Eunice Murta, suposta proprietária da área, os milicianos rondaram toda a região amedrontando comunidades vizinhas à ocupação.

O grupo armado definiu a próxima quarta-feira (01), como prazo limite para que as famílias desocuparem de forma "voluntária" e "pacifica" a área, sob a pena de serem retiradas à força.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra já levou ao conhecimento da Secretaria de Segurança Publica do Estado o ocorrido, e solicita ação imediata do órgão a fim de evitar um conflito maior, já que a milícia se encontra acampada na sede de uma fazenda vizinha a 10 km da ocupação.

Como parte dos acampados é do Município de Açailândia, alguns dos milicianos foram reconhecidos como Policiais Militares da 5ª Companhia da PM-MA de Açailândia.

Histórico da área 

O Acampamento Egídio Brunetto está localizado na Fazenda São Francisco, ocupada pelos Sem Terra no sábado (15).

A propriedade faz parte da Gleba Sitio Novo, onde outros oito grileiros se apropriaram da área que soma mais de dez mil hectares e que, segundo informações, do Instituto Nacional de Colonização Agrária (Incra), são áreas pertencentes à União Federal.

A Gleba atinge cerca de cinco municípios e se consolida como uma região onde impera o trabalho escravo e a pistolagem moderna, ou seja, substituíram os “jagunços” por milícias armadas preparadas para aterrorizar comunidades rurais na região. 

A coordenação estadual do MST afirma em nota que se trata da mesma articulação, que aterroriza há oito anos as comunidades Cipó Cortado e Batata da Terra em senador La Roque, um dos municípios da região abrangida pela Gleba.

Os Sem Terra aguardam um posicionamento do Incra e do Terra Legal sobre situação na região do acampamento Egídio Brunetto. (Com o MST/CPT)

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