Duas Coreias e um risco

A China propôs hoje realizar em princípio do próximo mês consultas de emergência entre os países das conversas a seis partes sobre a desnuclearização da Península coreana, ante o agravamento da situação na zona. O representante especial para os assuntos desse território, Wu Dawei, disse em entrevista que após uma análise cuidadosa, seu governo propôs sustentar contatos entre os chefes de delegações em Beijing para trocar pontos de vista sobre temas importantes que preocupam às partes.Participam também nesse processo os Estados Unidos, Rússia e Japão.Wu explicou que as consultas estarão dirigidas a estudar devidamente a situação nessa zona e em correspondência com a Declaração Conjunta das Conversas a Seis Partes adotada em 19 de setembro de 2005. Disse ser importante que as partes contribuam a manter a paz e estabilidade na península e diminuir as tensões no nordeste da Ásia.

Acrescentou que este novo passo não significa uma retomada do mencionado processo, estancado desde dezembro de 2008, mas expressou a esperança de que ajude a criar condições para o seu relançamento.

Como seu anfitrião, China sustenta que as referidas conversas desempenham um papel importante para promover a comunicação e impulsionar a desnuclearização da península.

A proposta de Beijing transcende no meio de uma tensa situação nessa zona depois do incidente da terça-feira passada no que a parte Norte respondeu a disparos realizados contra suas águas jurisdicionais pelo Sul enquanto forças desse último realizavam o exercício Hoguk.

Pyongyang denunciou esse ato como uma provocação instigada pelos Estados Unidos para justificar o envio do porta aviões George Washington à área.

Seul reportou quatro mortos e vários feridos pelo intercâmbio de fogo.Forças estadounidenses e sulcoreanas iniciaram hoje manobras no Mar Amarelo com a participação do mencionado navio de guerra e outros, as quais se estenderão até a próxima quarta-feira.

As inteervenções de Beijing para acalmar as tensões incluíram conversas telefônicas de seu chanceler Yang Jiechi com a Secretária de Estado Hillary Clinton e seus homólogos da Rússia, Coreia do Sul e Japão. Também se reuniu com o embaixador da RPDC neste país.

Ademais, a China enviou a Seul o Conselheiro de Estado Dai Bingguo, quem entrevistou-se com o presidente Ley Myung bak sobre o mesmo tema.