Clara Nunes ganha série na TV com estréia neste sábado



"Se vocês querem saber quem eu sou
Eu sou a tal mineira
Filha de Angola, de Ketu e Nagô
Não sou de brincadeira
Canto pelos sete cantos
Não temo quebrantos
Porque eu sou guerreira
Dentro do samba eu nasci,
Me criei, me converti
E ninguém vai tombar a minha bandeira"

("Guerreira", de Paulo César Pinheiro e João Nogueira, in Clara Nunes Guerreira, 1978)


Os 70 anos de Clara Nunes continuam sendo celebrados. Consagrada como a melhor cantora de samba do Brasil; e uma das maiores e mais importantes intérpretes da MPB de todos os tempos, a artista tem sua obra resgatada na série dirigida por Darcy Burguer.

 A série aborda todo o caminho da artista, retratando sua infância e adolescência na pequena cidade de Caetanópolis (MG); as primeiras apresentações; o sucesso nas rádios de todo o país; e a morte precoce, aos 39 anos de idade.

Clara ficou consagrada ao abraçar o samba como o gênero musical. É responsável por tirar compositores como Nelson Cavaquinho e Cartola do estracismo. O registro vem como reconhecimento à necessidade de documentar a trajetória dessa emblemática intérprete da música popular brasileira, afinal, a ausência de material sobre ela, é um dos aspectos mais criticados por seus fãs.

O trabalho exibe 48 entrevistas inéditas de amigos e familiares da homenageada. Dentre os depoentes, estão nomes como Chico Buarque, Maria Bethânia, João Bosco, Djavan, Paulinho da Viola, Miúcha, Edu Lobo, Milton Nascimento, Bibi Ferreira, Agnaldo Rayol, Erasmo Carlos, Monarco, Dona Ivone Lara, Paulo César Pinheiro (marido de Clara), Marisa Monte, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Leci Brandão, Beth Carvalho, Alcione, Nana Caymmi e suas irmãs Maria Gonçalves (Dindinha) e Ana Filomena, dentre outros.

Órfã de pai e mãe desde os 6 anos, Clara sempre sonhou em solidificar a carreira de intérprete. Aos 16 anos, foi morar em Belo Horizonte, onde trabalhou na fábrica de tecidos Renascença (sendo colega do ex-preso político José do Carmo Rocha) venceu o concurso A Voz de Ouro do ABC. Já em 1966, gravou seu primeiro vinil: "A Adorável Voz de Clara Nunes". A aproximação com o samba a fez alcançar o tão almejado sucesso. Foi a primeira mulher a vender mais de 100 mil cópias de um único disco no Brasil, com "Alvorecer", de 1974, além de construír uma consagrada carreira internacional, tornado- se um dos mais importantes nomes da MPB no exterior .


Clara Nunes revolucionou a indústria fonográfica, tornando-se a primeira mulher a romper as barreiras impostas pelas gravadoras e uma das maiores vendedoras de discos de todos os tempos.

Estreia: sábado, dia 1º/12, às 21h30, no Canal Brasil.

Comentários