NÃO VALE NADA UMA OVA! ATLETICO E CRUZEIRO VALE ATÉ EM BOLA DE GUDE


Este é o principal chavão usado pela mídia preocupada em encontrar um grande apelo de motivação pro clássico Atlético x Cruzeiro. Bobagem! Desde que este bandeirante de Caratinga, ainda jovem, passou por essas bandas da Serra do  Curral, rumo ao internato do Ginásio São Francisco, em Pará de Minas, aprendeu que o clássico “não tem favorito, e caminha com as próprias pernas, movido pela rivalidade.”

No retrospecto geral, todos sabem, o Galo tem a vantagem. Contudo, a Raposa tá invicta há cinco jogos. É muito? É.

São três vitórias, inclusive uma goleada por 6 a 1, e dois empates. Na década de 2000 os rivais se enfrentaram 51 vezes e o Cruzeiro venceu 25, contra 12 do Galo. Mais que o dobro.

O duelo deste domingo no Independência traz um tempero diferente: o encontro do talento de dois craques, Ronaldinho Gaúcho, agora cheio de esperanças de voltar ao escrete nacional sob o comando de Felipão, e Walter Montillo, em clima de despedida.

A pressão por sua venda não diminui sobre o presidente Gilvan Tavares. Vinda de todos os lados, até de onde não devia. Da imprensa esportiva. Céus!



Mal assumiu o comando da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, o Felipão, fez o que mais gosta: trazer pra si os holofotes e microfones a serem dedicados aos craques.

Em sua primeira entrevista coletiva já fez comparações destemperadas que o obrigaram a se retratar depois. Falando sobre a obrigação do Brasil ser campeão em casa o falastrão gaúcho foi além da conta.

Afirmou que“ quem não quisesse pressão deveria trabalhar no Banco do Brasil”.

Lógico que a reação seria imediata. O BB rotulou a declaração de infeliz.

Já a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) foi mais além e destacou o número de funcionários que são afastados todo mês por conta de assédio moral e de pressão para o cumprimento de metas.


Felipão ligou pro presidente do BB, instituição que tem o histórico de grandes conquistas como patrocinador do esporte tupiniquim, notadamente no vôlei, pediu desculpas e lembrou que é cliente da instituição há 30 anos.

O novo treinador da Seleção deu, no entanto, uma informação consciente: pro amistoso contra a Inglaterra, dia seis de fwvereiro, em Londres, usará a base do time de Mano.

Quem não endossou a troca de comando, pelos dois anos de trabalho de Mano Meneses, sabe que o mínimo que Felipão tem de fazer, sem seus voos de pura vaidade, seria continuar na trilha do antecessor.

Se você quiser acreditar, tudo bem. A informação de que o Cruzeiro tem três propostas acima de 10milhões de euros por Walter Montillo é exclusiva e antecipada do mocinho carioca de Juiz de Fora.

Este filho do Sodico, que não almoça com presidentes e nem janta com figurões, por falta de prestígio e de dinheiro sabe apenas porque a imprensa disse que o Grêmio pulou fora do leilão.

E sabe, também, não com exclusividade porque tá em todos os sites, que a ideia de quem pretendia mudar Montillo pro outro lado da lagoa morreu no nascedouro.

O craque informou que tem especial carinho pela torcida celeste e pelo clube que estiveram ao seu lado no momento da doença de seu filho. E botou os pingos nos iis:

“Não jogo de jogar em time rival. Não jogaria no Huracan e nem no Colo Colo, como não jogaria no Atlético, por respeito à torcida cruzeirense”.

Estou em Caratinga. Triste como tem acontecido das últimas vezes que aporto na Santa Terrinha. Chove muito.

A cidade vive a expectativa da mudança de governo. O novo prefeito, dentista Marco Antônio Junqueira, teve 67% dos votos. Merece, portanto, as esperanças do povo.

Conversei longamente com a nossa escritora infantil, Marilene Godinho, cuja obra rivaliza com os maiores nomes do país. Também está esperançosa.

Eu guardo minha boca pra comer minha farinha. Vou ficar de olho. Caratinga está um amontoado de sujeira, lixos nos pés de suas árvores, barro vermelho nas ruas, trânsito infernal, drogas e violência.

Acompanhei a participação de Marco Antônio na administração de seu opositor nas últimas eleições, Ernani Campos, e não gostei nada.

Depois, traído pelo prefeito no seu propósito de substituí-lo com apoio do mesmo, Marco Antônio bandeou de lado.

Não sei se terá jogo de cintura pra trabalhar sem as pressões dos apoiadores diversos. Cara de outra administração clientelista como as de sempre. Veremos.



Flávio Anselmo
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