Maria do Rosário quer que o governo do Rio transforme prédio do antigo Dops em memorial às vítimas da ditadura no estado. Oi, ministra: venha, por favor, com urgência a Belo Horizonte. Aqui, desde o ano 2000, estamos esperando que o governo do Estado faça o mesmo com o prédio do antigo DOPS, na avenida Afonso Pena. O então governador Itamar Franco assinou a lei, nomeou comissão responsável para a instalação e nada aconteceu...Está em andamento o Memorial da Anistia, por iniciativa do Ministério da Justiça e da UFMG. Mas não é a mesma coisa: é preciso que se construa, no antigo DOPS, conforme a lei, o Memorial que marque para sempre que o local foi usado para a repressão durante a ditadura cívico-militar de 1964. Venha, por favor. Um dos órgãos responsáveis pela construção ( está na lei) é o CONEDH. Mande alguém lá pegar o texto da lei e indagar porque nada foi para a frente.

                                                                       
Como já ocorreu com o prédio onde funcionava o Departamento da Ordem Política e Social (Dops), em São Paulo, que sedia atualmente o Museu da Resistência, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, quer que o governo fluminense transforme o prédio do antigo Dops, na capital fluminense, em um memorial às vítimas da ditadura militar no estado. O imóvel, atualmente administrado pela Polícia Civil, foi usado como local de tortura de presos políticos.

A ministra participou dia 27 do Seminário Latino-Americano sobre Lugares de Memória, na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro. No evento,  disse que a preservação da história e da memória das vítimas de tortura e morte no antigo Dops fazem parte de uma política nacional.
Durante o evento, Maria do Rosário também pediu que, em Porto Alegre (RS), o casarão da Rua Santo Antônio, conhecido como Dopinha, seja destinado ao mesmo fim. O local está relacionado à Operação Condor.
As negociações para instalação de um memorial no prédio do antigo Dops, no Rio, no entanto, dependem de negociações com a Polícia Civil, atual administradora do imóvel. Segundo a subsecretária estadual de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos, Andréa Sepúlveda Brito Carotti, a chefe da Polícia Civil fluminense, a delegada Martha Rocha, é simpática à proposta.
Mas, segundo o subchefe Administrativo da Polícia Civil, Sérgio Caldas, o prédio construído em 1912, deve ser reformado para para receber o Museu da Polícia. O imóvel é tombado e passou por duas ditaduras: a de Getúlio Vargas e a do regime militar que se se instalou no país entre 1964 e 1985.
No entanto, o Coletivo RJ, Memória, Verdade e Justiça, que reúne 20 instituições da sociedade civil, como a Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, não abre mão do prédio. A entidade reivindica que no local funcione a Comissão Estadual da Verdade, assim que for nomeada.
"Temos que mudar aquilo, um prédio que serviu para repressão, tortura e execução durante décadas. Temos que entregar para a população, não para a polícia de novo", disse Ana Miranda, do Coletivo RJ. “O Dops é uma lembrança do que não queremos mais”, completou.
Vera Vital Brasil, também do Coletivo RJ, pediu pressa na nomeação da Comissão Estadual da Verdade. "A comissão vai investigar o que ocorreu no Rio, nos centros de tortura. Vai investigar os mandantes, os executores e o que aconteceu com os mais de 160 mortos e desaparecidos no estado", declarou. (Com a ABr)

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