Jornalistas continuam expostos ao risco em manifestações

                           
Lamentos, nada mais! Isso mesmo, não passaram de lamentos, por parte das empresas, as manifestações de pesar pela morte do repórter cinematográfico Santiago Ilídio Andrade, em 7 de fevereiro, atingido na cabeça por um rojão quando trabalhava na cobertura de uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro.

Durante o protesto realizado em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (12), quando Sérgio Moraes, 52 anos, fotógrafo da Agência Reuters, ficou ferido, vários jornalistas que cobriam o acontecimento estavam sem nenhum tipo de equipamento, ou com itens de segurança insuficientes e de baixa qualidade para garantir sua integridade física, expondo os companheiros de profissão ao risco.

A exposição da categoria não se limitou ao confronto ocorrido próximo da Praça da Liberdade, já que, em uma ação truculenta, a polícia militar prendeu, de forma arbitrária, Karinny de Magalhães (foto), correspondente da Mídia Ninja na capital mineira, no momento em que ela cobria a manifestação contra a Copa do Mundo.

Os episódios recentes de violência contra os trabalhadores da notícia parecem não terem sido suficientes para que o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais e a Federação Nacional dos Jornalistas colocassem em prática uma política capaz de garantir a segurança da categoria.

Até quando iremos esperar? Quantos ainda terão de tombar? Não podemos mais ficar de braços cruzados, precisamos reagir ao descaso patronal e garantir condições dignas para o exercício da profissão. A campanha salarial dos jornalistas de Minas está em curso. É hora de defendermos a segurança da categoria como um ponto de reivindicação inegociável.

Oposição Sindical dos Jornalistas de Minas – Belo Horizonte, 13 de junho de 2014

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