O caso Nestor Veras

                                       

A família de Nestor Veras, sindicalista sequestrado em BH nos anos 70 e que figura na lista de desaparecidos não requereu atestado de óbito.

Acham seus familiares que o Estado de Minas Gerais deveria ser citado no inquérito instalado,uma vez que ele foi torturado em dependências de uma delegacia, segundo o livro do ex-delegado Cláudio Guerra, autor do livro Bastidores de uma Guerra Suja.

Além do mais, a família  acha também que o inquérito deveria passar de civil para criminal,já que o autor da publicação confessa ter assassinado o sindicalista e membro do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro Nestor Veras.

Dia 13 de  junho de 2014 , sexta-feira, o  presidente  do Sinpef-MG ( sindicato dos agentes da Policia Federal ) Rodrigo Porto e Dr. Eldbrendo Pereira  Monteiro , advogado da Feserp-MG
-Federação Única Democrática de Sindicatos das Prefeituras, Câmaras Municipais, Empresas Públicas e Autarquias de Minas Gerais (FESERP-MG), entidades filiadas  a CSB,  tiveram uma audiência  com o Procurador da República  Dr.  Edmundo Antônio Dias Neto Junior  na sede da Procuradoria da República em Belo Horizonte, Minas Gerais,.
A  CSB, Central dos Sindicatos Brasileiros,   pediu  audiência ao procurador para saber do andamento do  inquérito  número 1.22.000.000320/2012-99, que foi instaurado para apurar a morte e  desaparecimento de Nestor Vera .

 O referido inquérito foi instaurado  após as revelações  do delegado Claudio Guerra  no livro Bastidores de uma Guerra Suja, publicado em 2012 pela Geração Editorial.

Uma  assessora  esclareceu que o inquérito existente na  Procuradoria  tem natureza  civil  .

Os diretores da CSB informaram que o delegado Claudio Guerra era réu confesso da morte de Nestor Vera, com    declarações publicadas em livro, entrevistas para a TV e vídeos na internet.
Feitos os esclarecimentos, o procurador  assumiu os seguintes compromissos:

1)    Vai  comunicar o fato  do desparecimento  de Nestor  Vera   a um procurador da área criminal  da Procuradoria da Republica  de BH, que imediatamente vai  instaurar inquérito  criminal   para  apurar  o desaparecimento do corpo de Nestor Vera. Relatou que   a busca do corpo realizada pela Policia Federal resultou  em insucesso, que  foi  verificado  a necessidade da  presença de um arqueólogo e que  vai procurar sanar essa deficiência de uma outra diligencia. (Sugeri aos nossos representantes que  a Comissão de desaparecidos políticos e a Comissão da Verdade Rubens Paiva  pode colaborar na sugestão de caminhos  científicos para localizar o corpo.)

2)     O Procurador imediatamente  vai   requerer ao cartório     a retificação  da certidão de óbito  de Nestor Vera,  caso ninguém tenha feito essa alteração,  para constar, ao invés de morte desconhecida, por morte   em decorrência de tortura nas dependências de delegacia da polícia  mineira,  o que  facilitará a  instrução da ação penal de desparecimento.

Para localizar o  corpo de Nestor Vera, que segundo  seu  assassinado Claudio Guerra o corpo foi   jogado numa mata existente entre Itabirito e BH, será necessário um trabalho de peritos  forenses, arqueólogos.

Esclareço mais uma vez que o nome em questão ora aprece no noticiário como Nestor Veras, ora como Nestor Vera. O certo mesmo é o último, Vera, sobrenome de família.

Por sinal  uma família sofrida já que o irmão dele,José Vera, bem como sua mulher, cunhada de Nestor, portanto, passaram por tortura psicológica na Cidade de Presidente Epitácio, em São Paulo, segundo informações de um sobrinho do ex-tesoureiro da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, sequestrado em BH na avenida Olegário Maciel, próximo à esquina com a rua Tupinambás no centro de Belo Horizonte, quando do governo Geisel.

O Brasil precisa esclarecer todos esses fatos, denunciando e punindo os culpados para que nunca mais venham a acontecer em nossa história.

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