CNV realiza no Rio audiência pública sobre a Casa da Morte de Petrópolis

                                                             

Na audiência, CNV apresentará Relatório preliminar de pesquisa, com apresentação de filmes, fotografias e documentos

A Comissão Nacional da Verdade realiza no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, no próximo dia 25 de março, a partir de 9h30, audiência pública sobre a Casa da Morte, centro clandestino de tortura, morte e ocultação de cadáveres instalado pelo Centro de Informações do Exército (CIE) em uma residência de um bairro afastado da cidade de Petrópolis.

A audiência foi planejada com base na denúncia de Inês Etienne Romeu (fotos), dirigente da VPR e única sobrevivente da Casa da Morte, feita ao Conselho Federal da OAB no ano de 1979. Presa pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury em São Paulo, no dia 5 de maio de 1971, Inês foi levada à Casa da Morte de Petrópolis, onde viveu 96 dias de cárcere privado, sendo submetida a torturas, a estupros e toda sorte de humilhações. Em 11 agosto de 1971, Inês foi libertada e no dia seguinte internada em um hospital onde sua prisão foi "legalizada".

No hospital, em 18 de setembro de 1971, Inês finalizou seu depoimento. Em 5 de setembro de 1979, pouco depois de sair da prisão em virtude da anistia, Inês finalmente pode entregar seu testemunho ao Conselho Federal da OAB. Em sua denúncia, Inês Etienne identificou seus torturadores e carcereiros, bem como vários militantes que passaram pela Casa da Morte de Petrópolis, onde foram torturados, executados, tiveram seus corpos ocultados e continuam até hoje desaparecidos.

Em fevereiro de 1981, Inês Etienne Romeu conseguiu localizar e reconhecer a casa onde esteve presa em Petrópolis, assim como seu proprietário Mario Lodders.

Em 2012, a casa foi declarada de utilidade pública pelo Município de Petrópolis, com o objetivo de transformá-la num centro de memória.

Com base nos depoimentos de Inês Etienne e de outras pessoas, a Comissão Nacional da Verdade realizou investigações, diligências e identificou torturadores que atuaram na casa no período em que ela esteve presa, que foram convocados para prestar depoimento na audiência, que será transmitida ao vivo pela internet.

Além dos depoimentos, a CNV apresentará na audiência Relatório preliminar de pesquisa sobre a Casa da Morte de Petrópolis, com exposição de filmes, fotografias e documentos.

SERVIÇO
O quê: Audiência Pública sobre a Casa da Morte de Petrópolis
Quando: 25 de março de 2014, terça-feira
Entrega de senhas: A partir das 9 horas (auditório com capacidade para 120 pessoas)
Horário: 9h30
Local: Auditório do Arquivo Nacional
Endereço: Praça da República, 173, Centro, Rio de Janeiro
Transmissão ao vivo: www.tinyurl.com/cnvaovivo

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