Memorial da Resistência lança livro escrito na clandestinidade por presos políticos nos anos 1970

                                                                     
Evento terá participação dos autores Manoel 
Cyrillo, Celso Horta e Pedro Tierra

No dia 08 de abril, o Memorial da Resistência, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, realizará mais uma edição do Sábado Resistente, projeto realizado em parceria com o Núcleo de Preservação da Memória Política. O evento acontece às 14h00, com o lançamento do livro "A repressão militar-policial no Brasil – O livro chamado João", concebido e escrito por diversos presos políticos quando ainda encarcerados.

Durante quatro décadas, João – apelido dado ao livro – circulou de forma clandestina entre os opositores do regime militar brasileiro. O ensaio de mais de 260 páginas foi escrito de forma coletiva na década de 1970 por presos da Casa de Detenção de São Paulo, com objetivo de ser parte da resistência à ditadura. O livro pretende auxiliar no entendimento da repressão do período e contribuir para analisar a luta de classes no Brasil e a criminalização de movimentos sociais.

Na ocasião, serão apresentados trechos do show  "Soledad Vive", em homenagem à militante Soledad Barret Viedma, morta pela ditadura militar em 1973. O show reconstrói uma narrativa épica, entrelaçada por sambas, guitarras, ruídos e experimentações. Com Bjanka Vijunas (voz), Igor Souza (samples, periféricos, ruídos, percussão e sopros), Michel de Moura (guitarra, violão e voz), Rafael Tosta (guitarra e voz) e Thiago Pereira (baixo acústico).

A maioria dos autores do livro era membro da Ação Libertadora Nacional, mas havia combatentes do Movimento de Libertação Popular (Molipo) e da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), entre eles Aton Fon Filho, Carlos Lichtszejn, Celso Antunes Horta, Gilberto Luciano Beloque, Hamilton Pereira da Silva (Pedro Tierra), José Carlos Vidal, Manoel Cyrillo de Oliveira Netto, Paulo de Tarso Vannuchi, Reinaldo Morano Filho.

PROGRAMAÇÃO
14h00 – Boas vindas – Kátia Felipini Neves (Memorial da Resistência de São Paulo)
14h10 – Coordenação – Maurice Politi (Núcleo de Preservação da Memória Política)
15h00 – Mesa Redonda 
16h30 – Debate


MESA REDONDA

Manoel Cyrillo de Oliveira Neto foi membro da ALN, com a qual participou do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em 1969. Ficou 10 anos presos, período no qual participou de greves de fome e da criação do João. Hoje atua como publicitário.
Celso Antunes Horta é ex-preso político e ex-membro da ALN. É um dos autores do livro. Atualmente é jornalista.
Hamilton Pereira de Almeida (ou Pedro Tierra) é poeta, político e ex-membro da ALN. Foi preso em 1972 e durante o período encarcerado compôs seus primeiros versos. Foi Secretário de Cultura do Distrito Federal e publicou diversas obras de poesia.
Luiz Eduardo Greenhalg é advogado e durante a ditadura civil-militar foi membro do Movimento Democrático Brasileiro. Foi fundador do Comitê Brasileiro da Anistia (São Paulo), deputado federal por São Paulo e vice-prefeito de Luiza Erundina (1989-1993).


SERVIÇO
Memorial da Resistência de São Paulo
Endereço: Largo General Osório, 66 – Luz - Auditório Vitae – 5º andar
Telefone: (011) 3335-4990/ faleconosco@memorialdaresistenciasp.org.br
Aberto de quarta a segunda (fechado às terças)
Entrada Gratuita

Mais informações à imprensa
Memorial da Resistência de São Paulo
Kátia Felipini Neves (11) 3335.4990 | kneves@memorialdaresistenciasp.org.br

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