Sou mais Obama, infelizmente


                               
                                                               
          José Carlos Alexandre


"Muito próximo das convenções republicana e democrata nos Estados Unidos, o candidato presidencial Mitt Romney superava ontem Barack Obama por um ponto com relação à intenção de votos para novembro.

 De acordo com uma pesquisa do jornal Washington Post e da emissora ABC News, Romney tinha 47 por cento de preferência entre os eleitores registrados e Obama detinha 46 por cento no final desse mês.

A recente eleição do congressista Paul Ryan como parceiro de chapa contribuiu com um leve impulso ao ex-governador republicano, cuja popularidade também se beneficia dos preparativos da Convenção Nacional.

A pesquisa Post-ABC demonstrou também que a economia será o principal tema que os cidadãos levarão em conta quando forem às urnas no dia 6 de novembro. 72 por cento dos consultados disse -ram que acompanham como a Casa Branca maneja esse tema."

Estou abrindo estas observações com nota da PL sobre as eleições norte-americanas. Acompanhei-as de perto quando da disputa sobre George Herbert Bush e Bill Clinton, enviado aos EUA por jornal de Belo Horizonte com a missão.

As eleições foram ganhas, afinal, por Clinton, enquanto Bush pai foi curtir a derrota em seu ranho no Texas, talvez arrependido de ter desencadeado a então  "Mãe de todas as Batalhas", contra Saddam Hussein.

O dirigente iraquiano enfrentaria depois Bush filho e toda a sua ira sob a desculpa de que estava acumulando "armas de destruição em massa", que não apareceram até agora, com o Iraque destroçado, ocupado, vilipendiado...

Mas dizia eu ( como têm se expressado os ministros que analisam o mensalão), nos EUA fui cobrir as eleições, visitando o Departamento de Estado, jornais como o The Washington Post , diplomatas na sede da ONU, membros da OIT, jornais e jornalistas e professores em Miami, 
Washington,Texas Denver, Los Angeles, San Francisco e Nova York.

Só que, com a campanha "Fora Collor" no Brasil, acabei sendo, de entrevistador a entrevistado. Então tive de explicar todas as razões para o "impeachment" , as mobilizações em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte...

Eu que, em Belo Horizonte, havia participado dos preparativos para o grande comício da Praça da Rodoviária, como representante do PCB, junto com Carlos Olavo, representando o PDT, Carlos Calazans o PT e outros que não me recordo mais. Sei que nos reunimos numa saleta no edifício da Rua Tupinambás 179, quase na esquina com a Rua da Bahia...Logo depois tive de viajar para os  os EUA.

Então tomei como tarefa continuar o trabalho de respaldo às mobilizações pelo "impeachment"  durante os quase 30 dias que fiquei fora. Tive a sorte de encontrar sempre interessados em obter informações sobre a campanha, a começar pelos professores do Departamento latino-americano da Universidade do Texas, em Austin, a capita do grande Estado norte-americano.

As eleições norte-americanas ficaram em segundo plano, para o então empolgado editor de Internacional, papel que cumpria no extinto Diário da Tarde (esse negócio de ser "ex" isto, ex-aquilo" está me cansando...).

Estamos agora praticamente pertinho de novas eleições nos EUA. e Barack Obama tem sua reeleição ameaçada.

Em primeiro lugar devido a crise que enfrentou em 2008, com a quebra de bancos, crise que poderia ser equiparada a de 1929, como agravante de que Tio Sam agora domina o mundo e com hegemonia, já que não mais existe a União Soviética e os países socialistas europeus, embora o socialismo não tenha acabado, ao contrário do que quiseram afirmar historiadores e palpiteiros fãs do capitalismo...

Obama, em segundo lugar, perdeu pontos porque encontrou um país envolvido em duas guerras onde jamais poderia ter se metido: no Iraque e no Afeganistão, esta última, numa interpretação toda particular do ataque terrorista de  11 de setembro de 2001.

O atual presidente também não cumpriu promessas como a de fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba e de pôr fim às ações de órgãos de segurança do pais em outras nações, sob a alegação de combate ao terrorismo.

Dito como está, entre Romney e Obama, não há escolha.

Seria como se fosse entre o Serra e o Maluf, então o jeito seria votar em branco, anular o voto ou ficar com o Serra.

No caso em foco, sou mais Obama, apesar de tudo...

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