Oscar López Rivera cumpre 35 anos nas masmorras dos EUA

                                                           
O combatente porto-riquenho Oscar López Rivera, de 73 anos, cumpre 35 encarcerado nas masmorras dos Estados Unidos, pelo que milhares de seus compatriotas demandarão hoje em San Juan sua soltura.

López Rivera, condecorado por seu valor pelas forças armadas norte-americanas quando cumpriu o serviço militar obrigatório durante a guerra de agressão contra o Vietnã, é hoje um símbolo da resistência do povo porto-riquenho que -acima de discrepâncias ideológicas- reclama sua soltura ao presidente estadunidense Barack Obama.

Com uma vontade de ferro que o levou a suportar com irredutível valor 12 anos de prisão em solitária, o lutador independentista se transformou em símbolo da resistência do povo porto-riquenho à dominação colonial dos Estados Unidos, que começou em 1898 com a invasão à ilha no marco da Guerra Hispano-Cubano-Norte-americana.

O porta-voz do Comitê Pró Direitos Humanos de Porto Rico, Eduardo Villanueva Muñoz, estabeleceu que na marcha 2,6 milhas que se realizará hoje em San Juan tem como objetivo solicitar a soltura de López Rivera, não sua liberdade, "porque não pode ser libertado a um homem livre, comprometido com a independência e a soberania de sua pátria".

Villanueva Muñoz, ex-presidente do Colégio de Advogados de Porto Rico, sublinhou que com a marcha quer ser enviado uma mensagem ao governo dos Estados Unidos, em particular ao presidente Obama, de que este é um reclame do povo porto-riquenho, não de uns poucos.

Aclarou que, contrário ao que em dias passados se divulgou em alguns meios do país a propósito de sua visita a Porto Rico, o ex-presidente Bill Clinton "está a favor que se revise o caso de Oscar".

O outrora mandatário norte-americano liberou em 1999, 19 porto-riquenhos prisioneiros políticos e de guerra, mas López Rivera recusou uma oferta de sair em uma década porque não se incluiu a outros camaradas seus, os que já estão fora de prisão.

Muñoz Villanueva detalhou que o próximo 20 de junho, quando o caso colonial de Porto Rico volte a revisar nas Nações Unidas, pelo menos em 35 países, um a cada ano, se farão atividades em frente a departamentos diplomáticos dos Estados Unidos "para reclamar que soltem Oscar".

A licenciada Jan Susler, que por ser sua advogada reúne-se com frequência com López Rivera, descreveu-o como homem "cheio de humildade e dignidade ao mesmo tempo, que sabe quem é, porque o povo o ama".

"Trinta e cinco anos de encarceramento é mais tempo que o que passou encarcerado Nelson Mandela na África do Sul ", destacou a ex-secretária do Governo de Porto Rico Ingrid Vila Biaggi.

Anunciou que nas próximas semanas terá iniciativas nos Estados Unidos para aumentar a pressão pela soltura de López Rivera.

"Oscar está encarcerado por querer libertar do status colonial que nos tem nesta crise, (pelo que) sua liberdade é um passo para negociar o futuro de Porto Rico" com Washington, disse em uma roda de imprensa em que se convocou ao povo à marcha.

Clarisa López Ramos manifestou que a seus 45 anos de idade sonho em caminhar ao lado de meu papai por essas ruas de Porto Rico que o viu nascer e que deixou aos 14 anos, quando emigrou para os Estados Unidos.

"Meu papai tem muito que oferecer e muito que desfrutar, como a sua neta Karina, a seu povo com seu coração gigante; falta-nos um porto-riquenho em casa, falta-nos Oscar", disse emocionada.

A marcha "Oscar 100 x 35 libertem já" tem sido convocada pelo CDHPR e o Grupo 33 em 33xOscar, com o respaldo do Partido Independentista Porto-riquenho (PIP) e o Movimento Independentista Nacional Hostosiano (MINH), entre outras organizações.

Os organizadores da atividade, Félix Enfeito e Carlos López, explicaram que a marcha culminará na praça do Corrimão no Velho San Juan, onde terá um ato político-cultural com a participação de agrupamentos de plenas.

(Com Prensa Latina)

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