Morre Joël Robuchon, o chef do século

                                                                 
Recordista de estrelas Michelin, chef revolucionou alta cozinha com restaurantes intimistas onde o foco é a comida. Ele foi aclamado como o maior nome da gastronomia francesa no século 20.

Famoso por acumular o maior número de estrelas Michelin, o chef francês Joël Robuchon morreu nesta segunda-feira (06/08) em Genebra, aos 73 anos, em consequência de um câncer.

Nascido em 1945 em Poitiers, na França, Robuchon fundou um império de restaurantes que revolucionaram a alta cozinha mundo afora e recebeu vários reconhecimentos ao longo de sua carreira.

Em 2016, ele alcançou o recorde de 32 estrelas Michelin, e ainda mantinha 31 neste ano, incluindo três restaurantes três estrelas – nota máxima concedida pelo renomado guia gastronômico. O chef também foi considerado o melhor cozinheiro do século pelo guia Gault Millau, em 1990.

"O maior profissional que a cozinha francesa já teve. Um exemplo para as gerações futuras de chefs", escreveu no Twitter o chefe de cozinha do Palácio do Eliseu, Guillaume Gómez, um dos primeiros a se despedir do mestre, conhecido por sua constante inovação.

"Descrever Joël Robuchon como um cozinheiro é como chamar Pablo Picasso de um pintor, Luciano Pavarotti de um cantor e Frederic Chopin de um pianista", escreveu a autora especializada Patricia Wells no livro L'Atelier de Joël Robuchon, livro sobre o chef e seus alunos. "Joël Robuchon é, sem dúvida, o artista que mais influenciou o mundo da gastronomia no século 20."

Apesar de apreciar ingredientes refinados, como trufas e caviar, sua comida era frequentemente descrita como simples, porque ele pregava o uso de três ou quatro ingredientes na maioria dos pratos. Seu objetivo era sempre mostrar, e não mascarar seus sabores.

Ele deu início a uma revolução com seu modelo de "atelier": restaurantes que ele abriu de Las Vegas a Tóquio, com um ambiente pequeno e intimista, onde os clientes sentam-se em um balcão em volta da cozinha. Seu objetivo, dizia, era fazer com que os clientes se sentissem confortáveis e interagissem com chef e, acima de tudo, colocar o foco de volta na comida.

Ao completar 50 anos de idade e após seu restaurante Joël Robuchon ser escolhido o melhor do mundo pelo jornal International Herald Tribune, o chef se retirou da cozinha para se dedicar integralmente a transmitir seus conhecimentos, participando de vários programas de televisão.

(Com a Deutsche Welle)

Comentários