Envelhecimento acelerado

Dr. Reginaldo Nunes de Moraes

O Envelhecimento Acelerado é caso comum dos indivíduos que sentem diminuírem suas atividades, após os cinqüenta anos, em que os sistemas econômicos tendem a retirá-los da vida produtiva. Enquanto que o organismo, no envelhecimento prematuro, é semelhante a uma pilha que se polariza ou se desconecta, ele faz o papel, nos envelhecimento acelerado, de uma pilha que se gasta rápido demais.
Neste caso, na oligoterapia, a diátese alérgica “ganha” da hipostênica.
Eis o esquema clínico: próximo dos cinqüenta anos (e com a idéia de uma idade crítica inelutável), o indivíduo sente sua fadiga aumentar, sua memória diminuir, seu nervosismo tornar-se ansiedade, se não, angústia. Ele começa a sentir múltiplos distúrbios circulatórios, neurovegetativos, mudanças de humor, pessimismo, formigamentos dos membros, edema dos tornozelos, as cãibras, os espasmos epigástricos, as distensões pós-prandiais, as precordialgias, zumbidos, tontura, etc. Num grau acima e apesar dos regimes, ele apresenta coronarites, sinais de arteriosclerose, distúrbios eliminatórios da uréia, artroses e todo um quadro de senilidade prematura que encontra sua terapêutica nos tratamentos termais e nos tratamentos de desintoxicação.
Torna-se natural, neste caso, retirar-se da vida ativa, levar uma vidinha desagradável numa aposentadoria e execrar um fim rápido ou lento segundo a localização da esclerose ou a evolução de uma degeneração.
Quando aquele indivíduo cinqüentão cai na esparrela que sossego = bem viver, precisa que alguém junto a ele, comece a alertá-lo quando aparecem os primeiros sintomas funcionais.
Geralmente, essa pessoa não percebe sua mudança de comportamento. Passa a ter uma abulia (perda da vontade) quando desiste de ir, por exemplo, ao shopping dizendo para consigo mesmo:“irei amanhã”e no outro dia, fica em casa. A mulher que começa a ficar relaxada com a aparência, que não se maquia como antes, fica vestindo qualquer “roupinha” porque está em casa. Casal que não procura mais melhorar na parte sexual, achando que a idade chegou e que é natural ficarem quietinhos. Individuo que antes, gostava de sair e “prosear” com os amigos, que acha melhor ficar na sua redinha vendo TV e que nem mesmo conversa com as pessoas com quais convive. Não se aventura mais, acha tudo um desperdício e um perigo! É um “caminhar” para a doença do século: a DEPRESSÃO! Passa então ao dopping para sentir-se bem: ansiolíticos e antidepressivos. Tira de vez sua capacidade de reação natural, ficando à mercê das doenças propriamente ditas.
Os sinais de alerta do organismo teriam que ser levados a sério! Infelizmente, existem médicos que consultam pacientes com queixas de sintomas funcionais e que não os valorizam, dizendo aos indivíduos que isso “é nervosismo”. Prescrevem um ansiolítico e aconselha “descansarem mais”.
É fundamental, que as pessoas atravessem os seus 50 anos agindo como antes, não deixando de perder o otimismo e o gosto pela vida.

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