Comissão da Verdade dos jornalistas brasileiros é instalada em Porto Alegre

                                                                                
 Em solenidade realizada na noite de 18 de janeiro, no auditório do CCCEV, em Porto Alegre, no Seminário Internacional Direitos Humanos e Jornalismo, foi instalada a Comissão Nacional da Verdade dos Jornalistas Brasileiros. Em trabalho conjunto com comissões estaduais, o grupo levantará os casos de violações dos direitos humanos cometidos contra jornalistas brasileiros no período de 1964 a 1988.

Prestigiando a solenidade, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, entregou à FENAJ uma série de arquivos de pesquisa. "O outro nome da democracia é direitos humanos", disse a ministra.

Em seguida, foi instalada a Comissão da Memória, Justiça e Verdade dos Jornalistas Brasileiros, que anunciou Audálio Dantas como seu presidente. Os demais integrantes são Sérgio Murillo, da FENAJ, Rose Nogueira, Carlos Alberto Caó - que não pôde comparecer - e o deputado Nilmário Miranda, que saudou a ocasião, em nome do grupo.

Saiba mais sobre os integrantes da Comissão

Audálio Dantas
Atuando no Jornalismo desde 1954, trabalhou em grandes veículos de comunicação do país, como a Folha da Manhã, revistas O Cruzeiro, Quatro Rodas, Veja, Realidade, Manchete, entre outros.

Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo de 1975, ano em que seu amigo, o jornalista Vladimir Herzog foi torturado e morto no DOI-CODI, até 1978, quando foi eleito deputado federal pelo MDB.

Em 1983, foi o primeiro presidente eleito por voto direto para a Federação Nacional dos Jornalistas. Sua trajetória de defesa das liberdades democráticas marca sua longa trajetória no Jornalismo brasileiro.

Entre as diversas premiações merecidamente recebidas, destacamos o Prêmio de Defesa dos Direitos Humanos da ONU, em 1981. Autor de diversos livros, lançou recentemente "As Duas Guerras de Vlado Herzog".

Carlos Alberto Oliveira dos Santos (Caó)
Advogado e jornalista, foi preso na década de 60 devido à sua atuação política. Iniciou no Jornalismo em 1964, no Rio de Janeiro, no jornal Luta Democrática. Atuou em órgãos como o Diário Carioca, Tribuna da Imprensa, O Jornal, Jornal do Commercio, TV Tupi e Jornal do Brasil.

Presidiu o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro de 1981 a 1984. Em 1982 elegeu-se deputado federal pelo PDT e foi Secretário do trabalho e da Habitação do governo de Leonel Brizola.

Reeleito deputado federal, participou do processo constituinte de 1987 a 1988, sendo responsável pela inclusão, na Carta Magna, da definição de que o racismo é um crime inafiançável e imprescritível e de projeto de lei que regulamentou a Constituição prevendo pena de prisão para os crimes de racismo.

Sérgio Murillo de Andrade
Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina por duas gestões, 1993 a 1999. Na FENAJ, já foi vice-presidente Sul, Secretário-Geral e presidiu a entidade de 2004 a 2010.

Trabalhou no Diário Catarinense e Gazeta Mercantil, foi correspondente do Diário do Sul e atuou como free-lancer de diversas publicações nacionais. Coordenou a comunicação de campanhas eleitorais em Santa Catarina.

Foi professor de jornalismo e assessor de imprensa no serviço público e empresarial. É diretor de Relações Institucionais da FENAJ.

Nilmário Miranda
Deputado estadual pelo PT mineiro de 1987 a 1990 e deputado federal de 1991 a 2003, assumiu recentemente novo mandato de deputado federal.
Preso político por 3 anos na década de 1970, foi o primeiro ministro dos Direitos Humanos do Brasil, durante o governo Lula.

Além de sua trajetória no combate à ditadura e na defesa dos direitos humanos, contribui com as lutas dos jornalistas brasileiros, junto ao Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais e à FENAJ.

É autor de várias publicações sobre direitos humanos. Dentre elas o livro Dos filhos deste solo, lançado em 1999, juntamente com o jornalista Carlos Tibúrcio.

Rose Nogueira
Atuou em veículos como a Folha de São Paulo, TV Cultura e TV Globo. Presa e torturada em 1969, ficou detida no Presídio Tiradentes, em São Paulo, por 9 meses.

Presidiu o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe-SP) de 2006 a 2009. Militante do Grupo Tortura Nunca Mais, representa a entidade na Comissão da Verdade de São Paulo e é diretora do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.

É autora do livro Crimes de maio, sobre os assassinatos ocorridos durante as ações do PCC (Primeiro Comando da Capital) em 2006.(Com o Sindicato dos Jornalistas de Porto Alegre/Fenaj)



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