Formada a Comissão da Verdade dos Jornalistas



                                                                    

Instalada na última semana, durante o Seminário Internacional Direitos Humanos e Jornalismo, em Porto Alegre, a Comissão da Memória, Justiça e Verdade dos Jornalistas Brasileiros levantará os casos de violações dos direitos humanos cometidos contra profissionais da área no período da Ditadura Militar. A Comissão, presidida pelo ex-Vice-presidente da ABI e ex-Presidente da Representação da entidade em São Paulo, Audálio Dantas, tem por objetivo editar uma publicação que deve ser entregue à Comissão da Verdade do Governo Federal até agosto.

Audálio coordenará os trabalhos ao lado da militante Rose Nogueira, do jornalista Carlos Alberto Caó, do diretor de Relações Institucionais da Fenaj, Sérgio Murillo de Andrade, e do ex-deputado Nilmário Miranda (PT). Além da pesquisa em documentos oficiais do período 1964 a 1988, o grupo, com apoio de comissões estaduais, vai entrevistar vítimas e consultar publicações da época.

Saiba mais sobre os integrantes da Comissão:

Audálio Dantas
Atuando no Jornalismo desde 1954, trabalhou em grandes veículos de comunicação do país, como a Folha da Manhã, revistas O Cruzeiro, Veja, Realidade, Manchete, entre outros. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo de 1975, ano em que seu amigo, o jornalista Vladimir Herzog foi torturado e morto no DOI-CODI, até 1978, quando foi eleito deputado federal pelo MDB. 

Em 1983, foi o primeiro presidente eleito por voto direto para a Federação Nacional dos Jornalistas. Sua trajetória de defesa das liberdades democráticas marca sua longa trajetória no Jornalismo brasileiro.

Carlos Alberto Oliveira dos Santos (Caó)
Advogado e jornalista, foi preso na década de 1960 devido à sua atuação política. Iniciou no Jornalismo em 1964, no Rio de Janeiro, no jornal Luta Demrática. Atuou em órgãos como o Diário Carioca, Tribuna da Imprensa, O Jornal, Jornal do Commercio,  e Jornal do Brasil. Presidiu o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro de 1981 a 1984. Em 1982 elegeu-se deputado federal pelo PDT e foi Secretário do trabalho e da Habitação do governo de Leonel Brizola.

Reeleito deputado federal, participou do processo constituinte de 1987 a 1988, sendo responsável pela inclusão, na Carta Magna, da definição de que o racismo é um crime inafiançável e imprescritível e de projeto de lei que regulamentou a Constituição prevendo pena de prisão para os crimes de racismo.

Sérgio Murillo de Andrade
Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina por duas gestões, 1993 a 1999. Na Federação Nacional dos Jornalistas-Fenaj, já foi vice-presidente Sul, Secretário-Geral e presidiu a entidade de 2004 a 2010.

Trabalhou no Diário Catarinense e Gazeta Mercantil, foi correspondente do Diário do Sul e atuou como free-lancer de diversas publicações nacionais. Foi professor de jornalismo e assessor de imprensa no serviço público e empresarial. É diretor de Relações Institucionais da Fenaj.

Nilmário Miranda
Deputado estadual pelo PT mineiro de 1987 a 1990 e deputado federal de 1991 a 2003, assumiu recentemente novo mandato de deputado federal. Preso político por 3 anos na década de 1970, foi o primeiro ministro dos Direitos Humanos do Brasil, durante o governo Lula.

É autor de várias publicações sobre direitos humanos. Dentre elas o livro “Dos filhos deste solo”, lançado em 1999, juntamente com o jornalista Carlos Tibúrcio.

Rose Nogueira
Atuou em veículos como a Folha de São Paulo, TV Cultura e TV Globo. Presa e torturada em 1969, ficou detida no Presídio Tiradentes, em São Paulo, por 9 meses. Presidiu o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana-Condepe-SP de 2006 a 2009. Militante do Grupo Tortura Nunca Mais, representa a entidade na Comissão da Verdade de São Paulo e é diretora do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. É autora do livro Crimes de maio, sobre os assassinatos ocorridos durante as ações do Primeiro Comando da Capital-PCC em 2006.

* Com informações da Fenaj e do Comunique-se.

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