Fraude eleitoral em Honduras rouba a vitória a Xiomara

                                                     

Nota dos Editores

Nas Honduras foi montada, com a bênção de Washington, uma gigantesca fraude eleitoral

Na madrugada de segunda-feira, a vitória de Xiomara Castro de Zelaya, candidata do Partido Libertad y Refundación-Libre, era uma certeza. Nove candidatos disputavam a Presidência, mas Xiomara, a meio da contagem, tinha já uma vantagem superior a quatro pontos sobre Juan Orlando Hernandez, apoiado perla oligarquia, pelas forças armadas e pelos Estados Unidos.

Xiomara realizou uma campanha triunfal. Seu marido, o ex. presidente Manuel Zelaya, aclamado pelo povo, participou ao lado dela na maioria dos comícios. As sondagens previam uma vitória folgada da candidata do Libre.

Mas horas depois, o Supremo Tribunal Eleitoral informou que Juan Hernandez superava largamente Xiomara Castro. Entretanto o candidato oficial proclamava-se eleito.

Dezenas de milhares de votos em Xiomara que haviam entrado nas urnas desapareceram no Tribunal cujos juízes são os mesmos que deram o seu aval ao golpe militar de 28 de junho de 2009 quando Manuel Zelaya foi retirado em pijama da cama e metido num avião que o levou à Costa Rica.

Soube-se então quase logo que a intentona tinha sido preparada na Embaixada dos Estados Unidos (o embaixador era um cubano contrarrevolucionário naturalizado norte-americano) e que o seu chefe fora o general Romeo Vasquez da força aérea, instalada aliás na Base estadounidense de Palmerola.

As Nações Unidas e a União Europeia condenaram o golpe, mas, com apoio dos EUA, uma farsa eleitoral levou posteriormente à presidência Pepe Lobo, um homem de confiança do Departamento de Estado. O seu mandato caracterizou-se por uma política de repressão brutal.

Ontem, Xiomara Castro e outros candidatos apressaram-se a denunciar a fraude eleitoral cometida com a cumplicidade do Legislativo, do Poder Judicial e das forças armadas.

Manuel Zelaya esclareceu numa entrevista que Xiomara, segundo a contagem dos fiscais do Libre, obteve 30,6% dos votos emitidos e Juan Hernandez apenas 25,6%.

Significativamente, os EUA foram o primeiro país a reconhecer como legitima a eleição de Hernandez. O segundo foi a Colômbia. Juan Manuel Santos pretende ampliar a Aliança do Pacifico- que reúne os governos mais reacionários da América Latina - com a adesão das Honduras.

O Partido Libre dirigiu um apelo ao povo para que saia às ruas em Tegucigalpa, San Pedro do Sul y outras cidades em protesto massivo contra o roubo da presidência a Xiomara Castro (Com odiario.info)

Comentários

Fátima disse…
Até quando vamos suportar esse subjugo aos Estados Unidos? Chega, que situação mais horrorosa, repetitiva, insuportável.