Países da ALBA defendem na ONU criação de estado palestino

  
Países da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) defenderam na Assembleia Geral da ONU a criação de um estado palestino livre, independente e com condição de membro pleno no fórum mundial de nações.

Durante debates realizados segunda e terça-feira nesse fórum, Venezuela, Cuba e Nicarágua, três membros do bloco integracionista fundado em 2004, defenderam o direito dos palestinos a um estado soberano com Jerusalém Oriental como capital e as fronteiras anteriores a 1967, quando Israel ocupou também a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.

 Embora tenham destacado a condição de estado observador não membro da ONU obtida pela Palestina em novembro do ano passado, com a maioria de votos da Assembleia Geral, advertiram que não é suficiente face às aspirações legítimas desse povo árabe.

 Os integrantes da Aliança, que promove o desenvolvimento socioeconômico sobre a base da solidariedade e da complementação, chamaram a comunidade internacional -e em particular o Conselho de Segurança- a reparar uma dívida histórica.

 Ao pronunciar-se nos debates sobre a questão palestina, o representante permanente venezuelano na ONU, Samuel Moncada, afirmou que "ainda se deve ao povo palestino o outorgamento da legítima ambição de ser Estado no fórum internacional".

 Esta impunidade histórica exercida pela potência ocupante de Israel, e incentivada pelo veto exercido por um membro permanente do Conselho de Segurança (Estados Unidos), tem derivado no assassinato de gerações de crianças, adolescentes, homens e mulheres que reivindicam viver dignamente em suas terras, denunciou.

 Por sua vez, o embaixador cubano, Rodolfo Reyes, assinalou que o planeta não deve permanecer impávido por mais tempo. "Devem ser empreendidas ações para fazer cumprir as apropriadas resoluções da Assembleia, e o Conselho de Segurança tem que assumir a responsabilidade que lhe corresponde e aceitar sem mais dilação a solicitação de reconhecimento como estado membro da ONU apresentada pela Palestina em 2011", sentenciou.

 O diplomata também se referiu à ameaça (estadunidense) de veto no Conselho, que torna esse órgão passivo frente aos crimes israelenses, o que "é a expressão maiúscula da hipocrisia daqueles que se autodenominam paradigmas da defesa dos direitos humanos".

 Por sua vez, a representante permanente da Nicarágua, María Rubiales, qualificou como inevitável o compromisso da comunidade mundial de consertar a injustiça.

 Fazemos um chamado a declarar 2014 como o ano da solidariedade internacional à Palestina, que se expresse em lhe dar as boas-vindas como um estado livre e soberano, propôs na plenária dos 193 países, uma iniciativa também propostas por outros governos e organizações, a qual foi aprovada ontem na Assembleia Geral.

 Os membros da ALBA também exigiram de Israel o fim de sua hostilidade, traduzida na colonização de territórios ocupados com novos assentamentos, o bloqueio à Faixa de Gaza, a construção do Muro da Cisjordânia, os ataques a templos em Jerusalém Oriental, os assassinatos a civis e as contínuas prisões.

 A potência ocupante tem praticado o terrorismo de estado, o apartheid, a limpeza étnica e os castigos coletivos à população civil, violando os direitos humanos e as leis internacionais, manifestou o embaixador venezuelano.

 A respeito, a também vice-chanceler nicaraguense advertiu que essa postura israelense é o principal obstáculo à paz e à busca mediante o diálogo da solução dos dois estados demandada pela imensa maioria dos países. (Com a PL)


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