Acervo do jornalista Vladimir Herzog vai para a Universidade Estadual Paulista

                                                                       
O Instituto Vladimir Herzog vai ceder ao Centro de Documentação e Memória da Universidade Estadual Paulista(Cedem-Unesp)) fotografias, documentos e matérias publicadas nos últimos 40 anos sobre Vladimir Herzog. 

A entrega do material feita por Clarice Herzog, viúva de Vlado, e presidente do Instituto Vladimir Herzog, nesta quinta-feira, às 18h, na sede do Cedem-Unesp, localizada na Praça da Sé, 108 – 1º andar, na capital paulista(SP).

O objetivo da iniciativa é disponibilizar informações para acesso público sobre a trajetória do jornalista, que ocupava o cargo de diretor da TV Cultura, em 1975, quando foi torturado e assassinado nas dependências do DOI-Codi – órgão de repressão do Exército brasileiro – em São Paulo.

— Para o Instituto, é muito importante compartilhar dados e documentos que abordem a trajetória de Vladimir Herzog, pois são informações de grande importância histórica para o País. É fundamental que o público tenha acesso, especialmente os estudantes e pesquisadores, disse Clarice Herzog.

Durante a solenidade será apresentado o relatório com os resultados do trabalho da Comissão da Verdade da Unesp, instalada há em 2014, que reuniu informações sobre os impactos da ditadura de 1964 na rotina da universidade. As conclusões serão tema de um debate a ser conduzido pela professora Sônia Maria Troitiño Rodriguez, coordenadora do Cedem.

Assassinato

Vladimir Herzog foi encontrado morto, supostamente enforcado, nas dependências do 2º Exército, em São Paulo, em 25 de outubro de 1975. No dia seguinte à morte, o comando do Departamento de Operações de Informações e Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), órgão de repressão do exército brasileiro, divulgou nota informando que ele havia cometido suicídio na cela em que estava preso.

A versão foi refutada pelos movimentos sociais de resistência à ditadura militar. Três anos depois, o processo movido pela família do jornalista comprovou a versão real, e a União foi responsabilizada pelas torturas e a morte. 

Contudo, apenas em 2013, os parentes de Herzog receberam um novo atestado de óbito que descreve como causa da morte “lesões e maus-tratos sofridos pelo jornalista durante o interrogatório nas dependências do 2º Exército/DOI-Codi”. O atestado de óbito anterior informava que a causa mortis foi decorrente de “enforcamento por asfixia mecânica”. (Com a Associação Brasileira de Imprensa)



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