Obama manda ao Congresso novo plano para fechar prisão de Guantánamo em definitivo


                                                                                                                                           Efe
     A ideia da administração Obama é, dos 91 presos, enviar 35 ao continente

Washington quer transferir 35 dos 91 detentos para solo norte-americano; Obama afirma que manter prisão funcionando é 'contrário aos nossos valores'
      
O governo dos EUA divulgou nesta terça-feira (23/02) um novo projeto, já enviado ao Congresso do país, para tentar fechar o centro de detenção da Baía de Guantánamo, em Cuba. A ação é uma das principais bandeiras eleitorais do presidente Barack Obama.

Para o mandatário, manter a prisão funcionando é “contrário" aos "valores" norte-americanos. “Tem estado claro que Guantánamo não auxilia nossa segurança nacional. O centro de detenção diminui nossa posição no mundo”, disse Obama à imprensa.
                                                                                                             

Para tanto, o governo pretende atuar de três maneiras diferentes: identificar oportunidades de transferência para detentos que têm aprovação para serem transferidos; avaliar a ameaça que representam os detentos que não possuem autorização para serem transferidos; e enviar os detentos que devem seguir presos para centros dentro dos EUA ou em outros países.

A proposta envolve um custo entre US$ 290 milhões e US$ 475 milhões (entre R$ 1,14 bi e R$ 1,8 bi). Segundo o Pentágono, com o fechamento de Guantánamo, os EUA acabariam economizando até US$ 85 milhões por ano (R$ 336,6 milhões). Anualmente, o governo norte-americano gasta cerca de US$ 445 milhões (R$ 1,7 bi) para manter o centro de detenção.

“Tem muito dinheiro sendo gasto para operar essa prisão quando existem alternativas mais efetivas do ponto de vista do custo”, disse o secretário de imprensa da Casa Branca, John Earnest.

“Implementar este plano irá melhorar nossa segurança nacional por negar aos terroristas um poderoso símbolo de propaganda, fortalecendo relações com aliados-chave e parceiros de combate ao terrorismo, e reduzindo custos”, disse em comunicado o secretário de imprensa do Pentágono, Peter Cook.

O Congresso, cuja maioria se opõe ao fechamento e já barrou projetos anteriores, recebeu a proposta nesta terça. Ainda que ele seja aprovado, a Câmara precisaria alterar uma lei, assinada pelo próprio Obama, que proíbe o envio de detentos de Guantánamo para os EUA. 

“A administração busca um diálogo ativo com o Congresso com relação a este assunto e está ansiosa para trabalhar com o Congresso para identificar os locais mais apropriados o mais cedo possível”, disse Cook.

Proposta

De acordo com a proposta, 13 centros de detenção em solo norte-americano (que não foram revelados) estão sendo analisados para receber, de imediato, 35 dos 91 presos. Estes serão posteriormente enviados para outro local mais “apropriado” ou até mesmo julgados e, eventualmente, soltos.

Antes mesmo do projeto ser enviado ao Congresso, alguns membros já se opuseram à medida. A senadora republicana Kelly Ayotte, de New Hampshire, acusou Obama de não informar adequadamente os riscos que os atuais detentos representam.

“O povo norte-americano tem o direito de esperar que a administração seja transparente e honesta com ele sobre as atividades e associações dos terroristas que ainda estão em Guantánamo. A recusa da administração de informar isto só mostra o fato de que fechar Guantánamo fará com que os norte-americanos estejam menos seguros”, disse Ayotte em um comunicado na segunda-feira (22/02).

(Com Opera Mundi)

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