Centro de Tortura vira Espaço Cultural, na Argentina


O prédio da Escola Superior da Marinha (Esma), em Buenos Aires, usado durante a ditadura militar como centro de detenção de presos políticos, é atualmente uma escola de artes e centro cultural que recebe milhares de crianças todos os anos.
Entre 1976 e 1983, o local funcionou como uma prisão e também como centro de tortura e até como uma maternidade clandestina, com histórias de mortes de presos e de roubos de bebês das detidas grávidas que chegavam ao local.
Entidades de defesa dos direitos humanos chamaram o lugar de um dos maiores centros de detenção clandestina e de extermínio da última ditadura argentina.
Mas, agora, a temida Esma foi transformada em um centro cultural, com museu e escola.

A antiga base militar recebe crianças e adolescentes que visitam o museu instalado no local para aprender sobre a história recente da Argentina.
Esta é uma parte de um projeto da Fundação das Mães da Praça de Maio e do Ministério da Educação.
"O objetivo é transitar em todos os níveis educativos, falar e refletir sobre a memória do país através da arte. As crianças se impressionam e perguntam muito sobre os presos políticos", afirmou Verónica Parodi, coordenadora do projeto no museu.
As crianças e adolescentes também podem ter aulas de percussão, teatro, pintura e circo nas salas do antigo centro de tortura.
Mas, este é apenas um dos projetos desenvolvidos na antiga base militar, que foi entregue pelo governo argentino a várias organizações com o objetivo de limpar a imagem sombria que a Esma conquistou há trinta e cinco anos, durante a última ditadura militar.

Em Minas Gerais, apesar de estar  em construção o Memorial da Anistia na rua Carangola, num convênio Ministério da Justiça/ UFMG/ ONU, lei estadual prevê a construção de um memorial no prédio do antigo DOPS, na Avenida Afonso Pena, desde 2002. Até agora não foi dado nem um passo neste sentido.(Com a BBCBrasil)

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