Funcionários públicos em greve no Reino Unido



Mais de dois milhões de trabalhadores públicos foram convocados a participar hoje na maior greve prevista em décadas no Reino Unido para protestarem contra os recortes sociais anunciados pelo governo.


  Durante as primeiras horas a greve abarcou sobretudo às escolas, hospitais e serviços sociais, ainda que prevê-se também a adesão ao protesto dos empregados do serviço de aduanas.


Segundo dados do Ministério de Educação, 58 por cento dos 21 700 centros de ensino amanheceram fechados e 13 por cento estão quase fechados.


A greve foi convocada pelos 29 sindicatos do setor público para protestarem contra os cortes anunciados pelo governo de David Cameron, que prevêem a demissão de 710 000 trabalhadores, o atraso na idade de aposentação até os 67 anos e aumentar em três por cento a contribuição à segurança social.


O governo justificou as medidas com o argumento de enfrentar a situação econômica do país, que se encontra na beira da recessão, enquanto os sindicatos consideram injusto fazerem cair sobre as famílias o custo desta crise.


Os aeroportos britânicos, inclusive Heathrow, o mais movimentado da Europa, esperam caos, já que os agentes de imigração também vão aderir à greve. Diversas companhias aéreas cancelaram seus voos. Nos hospitais, apenas os serviços de emergência funcionarão.
Os sindicatos se opõem à proposta de mudança no sistema de aposentadoria dos trabalhadores, que eleva o tempo de contribuição e o valor dos descontos.
Porta-vozes do governo de coalizão conservador e liberal-democrata criticaram a paralisação, afirmando que as negociações "ainda estão em andamento".



Os sindicatos reagem às reformas, propostas pelo governo, de mudanças na Previdência Social do setor público. Pelas propostas, o cálculo das pensões, de acordo com os salários de fim de carreira pela média dos anos de trabalho, levará à redução de valores dos benefícios.
A paralisação atingirá escolas, órgãos públicos - como atendimento em centros de emprego,  tribunais, museus, bibliotecas -, a área de  inspeção de finanças, policiais e enfermeiros. Há ainda a expectativa de que funcionários dos aeroportos também paralisem as atividades.
O TUC (Trades Union Congress), central que reúne 58 dos principais sindicatos do país, disse que será a maior mobilização em mais de 30 anos.
Nos últimos meses, a Grécia e Portugal viveram dias de paralisação. Nos dois países, os trabalhadores temem reformas propostas pelo governo para combater os impactos da crise econômica internacional. As medidas de austeridade sugerem corte de pessoal, redução de salários e benefícios
 (Com a Prensa Latina/El País/BBCBrasil/OperaMundi/Reuters/Divulgação)

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