Josias e a ditadura uruguaia
Num instante em que o Brasil perde-se num debate ideológico sobre a memória da ditadura, o Uruguai mostra serviço.
A Suprema Corte de Justiça uruguaia anunciou nesta segunda (26) um projeto de inestimável valor historiográfico.
Decidiu recuperar e preservar os arquivos dos mais de 9 mil processos movidos pela Justiça no período ditatorial (1973-1985).
O projeto é financiado pela União Européia. Coisa de 114,4 mil euros. Pretende-se localizar, registrar, digitalizar e abrir os processos à consulta pública.
Hoje, o papelório está disperso e em precário estado de conservação – indisponível para o manuseio do público.
O projeto de preservação da “memória” do Uruguai foi anunciado pelo presidente da Suprema Corte, Jorge Chediak.
Ele explicou que, afora o aspecto historiográfico, a abertura dos papéis da ditadura facilitará a busca de provas para eventuais processos motivados pela repressão militar.
Disse que ”não há dúvida de que é preciso conhecer o passado para evitar que determinadas coisas se repitam”.
O magistrado acha que o olhar do Uruguai deve estar predominantemente voltado para o futuro. Mas acredita que passado e futuro “não são excludentes”.
Considerando-se o lero-lero que envenena o debate no Brasil, a providência uruguaia mostra que a ideologia é o caminho mais longo entre um plano e sua realização.
Escrito por Josias de Souza às 19h14 em seu blog.
A Suprema Corte de Justiça uruguaia anunciou nesta segunda (26) um projeto de inestimável valor historiográfico.
Decidiu recuperar e preservar os arquivos dos mais de 9 mil processos movidos pela Justiça no período ditatorial (1973-1985).
O projeto é financiado pela União Européia. Coisa de 114,4 mil euros. Pretende-se localizar, registrar, digitalizar e abrir os processos à consulta pública.
Hoje, o papelório está disperso e em precário estado de conservação – indisponível para o manuseio do público.
O projeto de preservação da “memória” do Uruguai foi anunciado pelo presidente da Suprema Corte, Jorge Chediak.
Ele explicou que, afora o aspecto historiográfico, a abertura dos papéis da ditadura facilitará a busca de provas para eventuais processos motivados pela repressão militar.
Disse que ”não há dúvida de que é preciso conhecer o passado para evitar que determinadas coisas se repitam”.
O magistrado acha que o olhar do Uruguai deve estar predominantemente voltado para o futuro. Mas acredita que passado e futuro “não são excludentes”.
Considerando-se o lero-lero que envenena o debate no Brasil, a providência uruguaia mostra que a ideologia é o caminho mais longo entre um plano e sua realização.
Escrito por Josias de Souza às 19h14 em seu blog.
Imagem (da Presidência da Republica Uruguaia) de José Carlos Alexandre
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