Homenagem a Dom Paulo Evaristo Arns é aprovada na Câmara Municipal de São Paulo


Quarta-feira, 14, dia em que Dom Paulo Evaristo Arns completou 90 anos de vida, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o Projeto de Decreto Legislativo 53/2011, de autoria do vereador Jamil Murad (PCdoB), que dispõe sobre a outorga do Título de Salva de Prata em sua homenagem. A sessão solene acontece no próximo dia 3 de outubro, a partir das 19h, no Salão Nobre da Câmara Municipal (Viaduto Jacareí, 100 - Bela Vista)

“Seu papel de destaque na defesa dos direitos humanos e sua atuação em favor dos oprimidos e por um Brasil justo e igualitário o faz merecedor desta humilde homenagem a ser concedida por esta Casa com honraria em forma de Salva de Prata”, assinalou o vereador ao justificar a homenagem.

Dom Paulo Evaristo Arns foi nomeado bispo auxiliar de São Paulo em 1966. Desde o início ligou-se ao setor progressista da Igreja, organizando cristãos nas comunidades de base. Apoiou a criação de mais de 2 mil Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) nas periferias da metrópole.

Assumiu o cargo de arcebispo da cidade de São Paulo em 1970, a maior arquidiocese do mundo.· Nesta ocasião vendeu o Palácio Episcopal por 5 milhões de dólares e empregou o dinheiro na construção de 1.200 centros comunitários da periferia, demonstrando sua atitude em favor dos menos favorecidos.

Destacou-se como defensor dos direitos humanos durante o período da ditadura militar, quando combateu a intransigência do regime militar e agiu em favor das vítimas da repressão. Passou a ser o porta-voz dos que sofriam torturas nas prisões e aparelhos paramilitares em razão de atividades políticas.

No final dos anos 70 assumiu o projeto “Brasil Nunca Mais”, no qual foi realizada uma investigação minuciosa nos arquivos militares que comprovou a prática da tortura durante o regime militar. Também foi ele o criador da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, que atua em defesa dos direitos humanos.

Sempre esteve ao lado dos líderes sindicais nas greves, apoiou a campanha contra o desemprego, contra a carestia e o movimento pelas eleições diretas.

Sua luta em defesa dos oprimidos e pelo fim da desigualdade social lhe valeu dezenas de prêmios no mundo, sendo o primeiro brasileiro a ser indicado oficialmente para o Nobel da Paz.

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