Mostra Sala Escura da Tortura será aberta amanhã, dia 27, às 19h na Assembleia e poderá ser vista até outubro



Alaor Mendes, secretário de Finanças do Comitê municipal do PCB em BH

Ontem pela manhã o debate sobre a Sala da Tortura

Começou ontem, com exposição e debate a Exposição Sala Escura da Tortura, promoção da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa com o Instituto Frei Tito de Alencar. O evento integra o Projeto Marcas da Memória, desenvolvido pela Comissão da Anistia do Ministério da Justiça. A Assembleia está agendando visitas de escolares e de outros grupos interessados, principalmente professores que estão em greve a mais de 100 dias. A mostra "Sala Escura Da Tortura", que ficará em cartaz no Espaço Político-Cultural Gustavo Capanema da Assembleia, até 28 de outubro.

O autor do requerimento para o debate e presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT), denunciou que ainda hoje crianças e adolescentes, por exemplo, são mortos e torturados dentro do Sistema de Defesa Social em Minas Gerais. Segundo ele, são muitos os exemplos em que o Estatuto da Criança e do Adolescente não é cumprido pelo próprio Poder Judiciário, sendo que essa situação é encoberta para a sociedade.
Já o vice-presidente da Associação dos Amigos do Museu da Anistia, Betinho Duarte, observou que o governo mineiro insiste em desconhecer dispositivo legal que impede que a tortura persista em Minas Gerais, nas delegacias, instituições de amparo a menores infratores, periferias etc.
Betinho também sugeriu que a Assembleia, o Instituto, a Comissão de Anistia e organizações da sociedade civil combinem uma data para a colocação de uma placa especial na Rua Frei Tito de Alencar no bairro Goiânia.
Diversos oradores falaram abordando principalmente a questão dos direitos humanos e a greve dos professores que não tem conseguido sensibilizar o governador Antonio Juno Anastasia.
Um do depoimentos mais comoventes foi da ex-presa política Crimeia Almeida (veja em outro local deste blog seu depoimento durante exibição dos primeiros capítulos da novena de Tiago Santiago no SBT, Amor e Revolução) sobre as indenizações da Comissão de Anistia, que não deveria ser trabalhistas e sim poíticas.
O líder comunista Alaor Geraldo Mendes, ex-exilado político na antiga União Soviética e um dos perseguidos políticos mineiros mais visados, fez uma intervenção curta mas tocante, indagando sobre o andamento de seu processo nos âmbitos do Ministério da Justiça ( também tem processo andando em passos de tartaruga no Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, por ter sido torturado).
Também ocupou o microfone da Assembleia o dirigente da Associação dos Perseguidos Políticos e de Luta pela Anistia José Fernandes.
Falaram os membro da mesa deputado Durval Angelo, presidente da Comissão de Anistia da ALMG, Lúcia de Alencar, presidente do Instituto Frei Tito, o artista plástico e ex-colega do Frei tito na França, Gontran Guanaes Netto, e José Bamarra, membro da Comissão Nacional de Anistia do Ministério da Justiça, reperesentando o presidente da Comissão, Paulo Abrão.

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