Veja a dança das cadeiras no governo russo



Depois de haver anunciado o seu apoio à candidatura de Vladimir Putin à Presidência da Federação Russa nas eleições de março de 2012, o presidente Dmitri Medvedev afirmou  sábado, 24, na convenção do Partido Rússia Unida, estar pronto para assumir o governo russo após as eleições de 2012. Ou seja, ocupar o cargo de primeiro-ministro. “Eu, sinceramente, penso que temos muitas ocasiões para discutir as metas alcançadas, mas agora gostaria que todos se preparassem para um trabalho muito sério e responsável", afirmou o presidente. "Se tudo der certo, teremos um Parlamento moderno, criativo e eficiente. Vivenciaremos as eleições presidenciais de modo honrado e elegeremos o nosso candidato, sem chance para outros. E, finalmente, quando tudo isso estiver feito, eu estarei pronto para assumir o governo”, acrescentou.
OPOSIÇÃO
Partidos da oposição na Rússia criticaram  a designação do primeiro-ministro, Vladimir Putin, como candidato presidencial sem sequer pôr em dúvida sua vitória. O líder do até agora partido governista "Rússia Justa", Sergei Mironov,  presidente do Senado e oficialmente "número três" no Estado russo, disse que seu partido não vai apoiar a candidatura de Putin à Presidência.
"Esperava notícias do congresso da Rússia Unida (partido governante liderado por Putin), mas não estas", admitiu. Mironov afirmou que "o povo está farto de mentiras e promessas vãs, cansado da prepotência, da falta de profissionalismo, além da corrupção e da burocracia". "No país nada caminha como deveria e a culpa é do monopólio de poder do Rússia Unida", insistiu.
COMUNISTAS
Em seu congresso  sábado, o Partido Comunista defendeu a posição de "mudar a ditadura da lavagem de cérebros, do dinheiro e do cassetete policial por uma concorrência política real", declarou o líder comunista Gennady Zyuganov. Segundo o dirigente comunista, a dupla de poder formado por Putin e o atual presidente, Dmitri Medvedev, "se vê obrigado a manobrar, porque qualquer outra mudança aceleraria o fracasso da política dos últimos anos".
Os comunistas, acrescentou, farão de tudo para que o pleito legislativo de dezembro e as presidenciais de março de 2012 sejam "honestos e transparentes", mas advertiu que será um "jogo em campo alheio, de acordo as regras alheias e com um árbitro subornado".
 "A modernização no mundo atual é antes de tudo a renovação do poder. A armação da dupla não é uma renovação do poder e nada tem a ver com a modernização", declarou o líder do partido liberal, Sergei Mitrokhin.
A força opositora mais radical, o Partido de Liberdade Popular (PLP), defendeu  a ideia de um candidato opositor único. "Os liberais confiavam em Medvedev, mas ele elegeu de sucessor Putin, isso parece uma história interminável", comentou o escritor e político Eduard Limonov.
Com a mesma opinião está outro líder do PLP, Boris Nemtsov, para quem "o imobilismo no poder é a pior opção para a Rússia", que "acelera o declive, a fuga de capitais, emigração e degradação dos organismos do Estado". Rússia Justa, o Partido Comunista e o PLP realizaram neste sábado seus congressos para o pleito legislativo, que coincidiram com o do governante Rússia Unida (RU).(Com o Diário da Rússia/Google)

Comentários