Um caso de amor com Tolstói. Quem não gosta de "Guerra e Paz" ?


Sabe-se que Tolstói em idade avançada não gostava de ficar na cidade. Até em Moscou antiga, cidade bastante sossegada, ele sofria tanto com o barulho, a poluição e a correria da vida urbana que fugiu pelo menos três vezes a pé de Moscou para a propriedade da família em Iásnaia Poliána.
Na São Paulo de hoje, principal centro industrial e comercial do Brasil, Tolstói não poderia ficar um só minuto. Podemos levar horas buscando definições metafóricas para São Paulo, desde a “selva de pedra” até o “formigueiro humano”, mas todas elas serão insuficientes para descrever essa megalópole onde os prédios surgem por si próprios, como cogumelos após a chuva e praticamente não obedecem a nenhum planejamento.
Não obstante, São Paulo, como várias outras grandes cidades brasileiras, tem um caso de amor com Lev Tolstói. Possivelmente, o Brasil urbano busca na obra do gênio russo aquilo que os habitantes de São Paulo encontram em seus parques e na costa atlântica, que fica a 70 quilômetros da cidade.
 É nesse sentido que, no fim de semana, se dirigem centenas de paulistas em seus carros (São Paulo está superlotada de veículos!) para tomar ar e lavar a sujeira da cidade.
Nos últimos dois anos, foram publicadas no Brasil novas traduções dos romances “Guerra e Paz”, “Anna Karênina” e “A Ressurreição”, assim como de diários e outras obras do escritor russo. Os intelectuais locais não quiseram mais se contentar com as traduções da obra de TolstóFi feitas do francês. Os livros chegam às livrarias em grande tiragem e são levados das prateleiras num abrir e fechar de olhos. (Com a Gazeta Russa/Vostock/Divulgação)

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